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Doença letal retorna à Europa, com casos a atingir em 25 anos

Pessoa com sarampo
Doença letal retorna à Europa, com casos a atingir em 25 anos © Getty

A Europa está a enfrentar um alerta de saúde pública, com os casos de sarampo a atingir os níveis mais elevados em mais de 25 anos, o que tem gerado preocupação entre as autoridades sanitárias. Em 2024, foram registados mais de 127.350 casos de sarampo na região europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS), o maior número desde 1997. Este aumento dramático representa um grande salto em comparação com os apenas 4.400 casos registados em 2016.


O sarampo, uma das doenças mais infecciosas do mundo, tem vindo a preocupar especialmente devido ao baixo índice de vacinação, que pode estar a facilitar a propagação da doença. As autoridades alertam que, sem uma cobertura vacinal elevada, não há segurança sanitária.


Crianças menores de 5 anos são as mais vulneráveis ao sarampo

O relatório da OMS e da UNICEF, publicado hoje, revela que as crianças menores de cinco anos representam mais de 40% dos casos de sarampo registados em 2024. A OMS também sublinhou que, sem uma vacinação generalizada, a proteção contra doenças fatais como o sarampo está em risco. O diretor regional da OMS para a Europa, Hans Henri P. Kluge, afirmou:

"O sarampo está de volta, e é um alerta. Sem taxas elevadas de vacinação, não há segurança sanitária."

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A OMS observou que, desde a pandemia de COVID-19, a incidência de sarampo tem aumentado significativamente. Os casos estavam a diminuir desde 1997, mas esse padrão foi invertido em 2018-2019, com um aumento acentuado em 2023-2024, após uma queda na cobertura vacinal durante a pandemia. A falta de vacinação adequada em muitos países aumentou o risco de surtos, com um número crescente de crianças e adultos a serem afetados.


Taxa de vacinação insuficiente ameaça o controle do sarampo

De acordo com especialistas, duas doses da vacina contra o sarampo, a rubéola e as parotidites (vacina MMR) são 97% eficazes na prevenção do sarampo. A doença começa frequentemente com sintomas semelhantes aos de um resfriado, antes de se transformar numa erupção cutânea manchada. Pode causar complicações graves se o vírus se espalhar para outras partes do corpo, como os pulmões ou o cérebro, podendo levar a deficiências permanentes e até à morte.


Infelizmente, a vacinação continua a ser uma questão preocupante em vários países. A vacinação contra o sarampo caiu significativamente em países como a Roménia, onde a taxa de cobertura foi de 92% em 2013, caindo para 78% em 2023, muito abaixo do limiar crítico necessário para prevenir a transmissão generalizada. No Reino Unido, as taxas de vacinação entre crianças estão ligeiramente abaixo de 90%, o que também está a contribuir para o aumento de casos.


Preocupações com a desinformação e o impacto na vacinação

Além disso, o aumento da desinformação sobre vacinas, exacerbada pela pandemia de COVID-19, tem alimentado a relutância de muitos em vacinar-se. No Reino Unido, especialistas alertam que as crenças antivacinas, impulsionadas por informações falsas nas redes sociais, estão a contribuir para a crise de sarampo. O Dr. Ben Kasstan-Dabush, da London School of Hygiene and Tropical Medicine, adverte contra a confiança em informações não verificadas, afirmando:

"Aprendemos com o programa de vacinação contra o COVID-19 que a desinformação pode viajar rapidamente e influenciar as decisões das pessoas."

A situação tem gerado preocupações em várias partes da Europa, com o aumento de surtos em países como a Roménia, Rússia, Itália, Alemanha, Áustria e Bélgica. No Reino Unido, houve um aumento significativo nos casos, com quase 100 casos confirmados apenas em janeiro de 2024. As autoridades de saúde pedem aos pais que verifiquem o estado de vacinação dos seus filhos e que recorram aos meios de informação oficiais para garantir que estão a tomar as medidas necessárias para prevenir o sarampo.


Medidas urgentes necessárias para combater o sarampo

A UNICEF e a OMS apelam a uma ação governamental urgente para combater a disseminação do sarampo, incluindo investimentos sustentados em trabalhadores de saúde e um aumento nas campanhas de vacinação. A organização recomenda que, para prevenir surtos, pelo menos 95% da população deve ser vacinada.


Com a situação a tornar-se cada vez mais grave, as autoridades de saúde pública em todo o mundo estão a fazer um esforço conjunto para evitar uma crise maior, que possa afetar mais crianças e adultos vulneráveis à doença.



M.S.


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