Grupo cristão acusado de invadir área protegida em Minas Gerais
- Monica Stahelin
- 7 de mai.
- 2 min de leitura

O Instituto Estadual de Florestas (IEF) denunciou que membros do movimento cristão Legendários realizaram uma travessia não autorizada no Parque Estadual da Serra do Ouro Branco, na Região Central de Minas Gerais, no passado dia 11 de abril.
Segundo o órgão, o grupo não obteve permissão oficial para a atividade e apresentou documentação incompleta, entregue apenas dois dias antes do evento.
De acordo com o IEF, apesar do pedido feito pela organização, a autorização não foi concedida devido à ausência de detalhes sobre as ações previstas no parque. "Não houve autorização para a travessia realizada pelo grupo no Parque Estadual da Serra do Ouro Branco", afirmou o Instituto em nota oficial.
Acusações de danos ambientais e lixo deixado nas trilhas
Além da invasão irregular, surgiram denúncias de impactos ambientais negativos deixados pelo grupo. Um ciclista da região, que preferiu não se identificar, afirmou que os participantes deixaram lixo e materiais plásticos nas trilhas, incluindo fitas de marcação. Segundo ele, não é a primeira vez que tal situação ocorre:
“O modus operandi é sempre o mesmo. Prometem seguir o plano de manejo, mas vão embora sem recolher o que deixam para trás”.
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O IEF realizou uma vistoria no local para apurar possíveis infrações ambientais. O relatório está em fase de conclusão e será encaminhado à administração responsável, podendo resultar em advertências ou sanções.
Outro evento ocorreu sem irregularidades
Ainda segundo o Instituto, o grupo organizou um segundo acampamento entre os dias 10 e 13 de abril, no Parque Estadual da Serra do Intendente, em Conceição do Mato Dentro, também em Minas Gerais. Neste caso, o evento decorreu dentro da legalidade, com todos os trâmites cumpridos e sem prática de acampamento nas áreas protegidas.
Quem são os Legendários?
O movimento Legendários é um grupo cristão direcionado exclusivamente a homens, fundado em 2015 pelo pastor guatemalteco Chepe Tupzu. Desde 2017, está presente no Brasil, onde cresce em popularidade, especialmente entre influenciadores e figuras públicas que promovem os eventos nas redes sociais.
Os encontros combinam pregações religiosas com desafios físicos exigentes. As experiências variam entre caminhadas intensas, acampamentos e momentos de reflexão espiritual. Os eventos, chamados de TOP – Track Outdoor Potential, têm preços que vão de R$ 450 (aproximadamente 82 euros) a mais de R$ 81 mil (cerca de 14.730 euros). Entre os exemplos está o “TOP Pantanal”, cuja edição marcada para o dia 9 deste mês já se encontra esgotada, com inscrições no valor de R$ 81.490.
Além das atividades, o grupo incentiva os participantes a manterem uma rotina de fé ativa, frequentando a igreja semanalmente. O movimento afirma ter como missão “levar homens à sua melhor versão”, promovendo uma transformação pessoal que se estende à família e à comunidade.
M.S.
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Doidera!
Que situação complicada! É muito importante que todos respeitem as áreas protegidas e os ecossistemas, especialmente quando se trata de grupos grandes em atividades ao ar livre.