Lula alerta sobre perigos do autoritarismo e nova 'guerra fria'
- Monica Stahelin
- 26 de mar.
- 2 min de leitura

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, alertou hoje para os riscos do autoritarismo, do negacionismo e de uma nova "guerra fria", destacando os perigos que essas ameaças representam para as democracias em todo o mundo. As declarações ocorreram durante uma cimeira com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, em Tóquio, como parte da visita de Estado de Lula ao Japão.
Contexto Global e Desafios para as Democracias
Lula abordou o cenário global atual, que é marcado pelas tensões crescentes entre os Estados Unidos e a China, além da crescente ameaça ao multilateralismo. O presidente brasileiro afirmou que o mundo enfrenta um "momento histórico", no qual "a democracia está em risco", mencionando o regresso do protecionismo e a imposição do negacionismo como fatores que fragilizam as democracias e fomentam o autoritarismo.
"Este é um ano muito importante para o Brasil reafirmar uma nova parceria estratégica com o Japão", afirmou Lula, sublinhando a relevância da cooperação entre os dois países em tempos de desafios globais.
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Multilateralismo e Sustentabilidade
Durante a sua conversa com os jornalistas, o chefe de Estado brasileiro reiterou que 2025 será um "ano chave para o multilateralismo" e destacou o papel do Brasil na convocação de líderes mundiais para a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30). Lula da Silva e o primeiro-ministro japonês concordaram que a sustentabilidade, a paz e a democracia são essenciais para o futuro do planeta, alertando para os perigos do extremismo, discurso de ódio e notícias falsas, que enfraquecem instituições e fomentam a intolerância.
A visita também resultou na assinatura de dez acordos e 80 instrumentos de cooperação entre os dois países. Os temas discutidos incluíram segurança, investimentos e o fortalecimento da colaboração entre Japão e Brasil em diversas áreas. Uma das decisões importantes foi a implementação de visitas recíprocas dos chefes de Estado a cada dois anos, o que visa consolidar ainda mais a parceria estratégica entre as duas nações.
Conflitos Mundiais e Questões Humanitárias
Lula da Silva não deixou de comentar os conflitos internacionais, referindo-se à guerra na Ucrânia, que alterou a estabilidade da Europa, antes considerada uma região pacífica. O presidente brasileiro alertou para o risco de novos investimentos em armamentos e a crescente militarização do continente. Em relação à situação em Gaza, o chefe de Estado manifestou preocupação com o fim do cessar-fogo e as vítimas civis, lamentando também a morte de um brasileiro em uma prisão israelita.
Lula encerra a sua visita de Estado ao Japão nesta quinta-feira, antes de seguir para o Vietname, acompanhado de uma grande delegação, incluindo 11 ministros e os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados. A visita reflete o esforço do Brasil em fortalecer relações diplomáticas e econômicas com potências mundiais como o Japão.
M.S.
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