Portugal reitera apoio à União Europeia após anúncio de tarifas por Trump
- Beatriz S. Nascimento
- 13 de jul.
- 2 min de leitura

O Presidente da República e o ministro dos Negócios Estrangeiros reagiram esta segunda-feira ao anúncio feito por Donald Trump sobre a imposição de tarifas aduaneiras de 30% sobre todos os produtos provenientes da União Europeia e do México, a partir de 1 de agosto. Durante uma visita oficial a São Tomé e Príncipe, Marcelo Rebelo de Sousa e Paulo Rangel reforçaram a posição de Portugal em alinhamento com a Comissão Europeia, afirmando ainda acreditar na possibilidade de um entendimento com os Estados Unidos, sem, no entanto, excluírem qualquer cenário.
A decisão do antigo presidente norte-americano, formalizada através de uma carta enviada à presidente da Comissão Europeia e tornada pública na plataforma Truth Social, causou surpresa entre os responsáveis portugueses, sobretudo por ter ocorrido enquanto decorriam negociações entre Bruxelas e Washington.
Marcelo apela à continuidade das negociações
Marcelo Rebelo de Sousa classificou como "surpreendente" o anúncio de Donald Trump, sublinhando que a medida foi comunicada num momento em que as conversações estavam a decorrer "com progresso visível". O chefe de Estado português defendeu que este tipo de decisões “não é bom para o comércio internacional, nem para a economia global”, realçando o impacto potencial negativo que uma escalada tarifária poderá ter sobre ambos os lados do Atlântico.
Apesar disso, o Presidente mostrou-se moderadamente otimista, reiterando que “a história ainda não terminou” e lembrando que o prazo dado pela administração norte-americana termina apenas em agosto. “Mantendo o processo de negociação em curso, esperamos que seja possível chegar a uma solução que sirva os interesses comuns da Europa e dos EUA”, afirmou, acrescentando que o valor proposto por Trump representa “um desvio apreciável” em relação ao que estava em discussão.
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Portugal apela à unidade europeia e não exclui reciprocidade
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, também abordou o tema, lamentando um possível "desenlace negativo" nas negociações com os Estados Unidos, mas sublinhou que todas as opções permanecem em aberto. “Vamos aguardar, sem excluir nenhuma opção e sempre em conjugação com a União Europeia”, afirmou, deixando claro que, caso a ameaça de tarifas se concretize, poderá haver uma resposta de caráter recíproco.
Rangel advertiu ainda para os efeitos nefastos de uma imposição unilateral de tarifas de 30%, alertando que tal medida teria consequências disruptivas para os consumidores, produtores e economias dos dois blocos. “Estaríamos perante um impacto bastante negativo na relação comercial transatlântica”, concluiu.
Portugal mantém-se, assim, alinhado com a estratégia da Comissão Europeia e reforça o apelo à resolução diplomática do conflito, sem fechar a porta a medidas reativas, caso as negociações falhem.
B.N.
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