Aos 76 anos, Ozzy Osbourne deixa o mundo da música em luto
- Monica Stahelin
- 23 de jul.
- 3 min de leitura

Vocalista dos Black Sabbath despede-se após última atuação em palco com a banda na sua cidade natal, Birmingham.
O mundo da música e do entretenimento presta homenagem a Ozzy Osbourne, ícone do heavy metal e vocalista dos Black Sabbath, que morreu esta manhã aos 76 anos, "rodeado de amor", segundo confirmou a família. A notícia chega apenas duas semanas após a sua derradeira atuação em palco, durante o concerto “Back to the Beginning”, em Villa Park, Birmingham, a mesma cidade onde a banda foi fundada em 1968.
Numa declaração emocionada, a família de Osbourne afirmou: “É com mais tristeza do que as palavras podem exprimir que anunciamos que o nosso amado Ozzy Osbourne faleceu esta manhã. Estava com a família e rodeado de amor. Pedimos que respeitem a nossa privacidade neste momento.”
Homenagens globais a um pioneiro do rock
A notícia da morte de Osbourne gerou uma onda de tributos vindos de artistas de diversas gerações. Sir Elton John descreveu o cantor como “um verdadeiro pioneiro” e “uma das pessoas mais divertidas” que conheceu. Já o ex-futebolista David Beckham partilhou uma imagem com Osbourne, agradecendo-lhe pelos momentos de entretenimento.
Outras figuras como Sir Rod Stewart, Brian May (Queen), Gene Simmons (Kiss), Robert Plant (Led Zeppelin) e as bandas Metallica, AC/DC e Motorhead também partilharam mensagens de pesar e recordações emocionadas. Para os Foo Fighters, "o rock não teria sido tão ruidoso ou divertido" sem ele. A banda Metallica destacou o seu papel como “mentor” e “ícone” e sublinhou o seu contributo para a grandeza do género.
O cantor Yungblud, que interpretou "Changes" no último concerto de Osbourne, confessou estar "de coração partido", enquanto a banda Motorhead recordou a amizade entre Ozzy e o falecido vocalista Lemmy como uma verdadeira irmandade.
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Carreira marcada por inovação, polémicas e sucesso estrondoso
Nascido John Michael Osbourne, a 3 de dezembro de 1948, em Aston (Birmingham), deixou a escola aos 15 anos e trabalhou em fábricas antes de formar os Black Sabbath com Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward. O grupo ajudou a definir o som do heavy metal, com uma estética sombria e letras provocadoras. Em palco, Osbourne destacou-se pela teatralidade, como o infame episódio em que mordeu a cabeça de um morcego, e pela sua imagem de “Príncipe das Trevas”.
Ao longo da sua carreira, vendeu mais de 100 milhões de discos entre o trabalho com os Black Sabbath e a sua carreira a solo, que começou com o álbum Blizzard of Ozz, em 1980, com êxitos como Crazy Train e Mr. Crowley. Foi também distinguido com vários prémios, incluindo o título de Ícone Global nos MTV Europe Music Awards de 2014 e, mais recentemente, a segunda entrada no Rock & Roll Hall of Fame.
A sua vida pessoal foi marcada por excessos, problemas com dependências e polémicas, mas também por momentos de redenção. Protagonizou o reality show The Osbournes com a esposa Sharon e os filhos Jack, Kelly e Aimee, tornando-se uma figura popular fora do mundo da música. Apesar de um afastamento temporário em 2016, o casal renovou os votos em 2017.
Diagnosticado com Parkinson em 2019 e após várias cirurgias, Osbourne viu-se forçado a cancelar digressões e a reduzir a atividade nos últimos anos. Ainda assim, recusou abandonar os palcos e fez aparições pontuais, como no encerramento dos Jogos da Commonwealth em Birmingham, em 2022.
Última despedida em palco e legado eterno
O seu último concerto, a 5 de julho de 2025, reuniu os membros fundadores dos Black Sabbath e outras grandes bandas como Metallica, Anthrax e Guns N’ Roses. Sentado num trono negro, visivelmente emocionado, Ozzy agradeceu ao público com a frase: “Vocês não imaginam como me sinto, obrigado do fundo do coração.”
Com a sua morte, desaparece uma das figuras mais influentes da história do rock, mas o seu legado permanece vivo na música, na televisão e no imaginário coletivo de milhões de fãs em todo o mundo.
M.S.
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Me emocionei com o video do seu último concerto, ele marcou muitas gerações!