Cólera em Angola ultrapassa os 3.500 casos e regista mais três mortes
- Monica Stahelin
- 13 de fev.
- 3 min de leitura

O surto de cólera em Angola continua a preocupar as autoridades de saúde do país, com o número de casos a ultrapassar os 3.500 e o de óbitos a chegar a 117. De acordo com o mais recente boletim do Ministério da Saúde angolano (Minsa), nas últimas 24 horas foram reportados 141 novos casos de cólera e três novas mortes, todas registadas na província de Luanda, que se mantém como a mais afetada pela epidemia.
Situação em Luanda e nas províncias afetadas
A província de Luanda, a mais populosa do país e epicentro do surto, continua a ser a mais afetada, com 92 novos casos de cólera nas últimas 24 horas. O surto também continua a alastrar para outras províncias, como o Bengo, com 30 casos notificados, e o Icolo e Bengo, com 13 casos. Outras províncias como Cuanza Sul (4 casos) e Malanje (2 casos) registaram um número menor de infecções, mas a situação preocupa as autoridades de saúde, que reforçam as medidas de controlo em todo o território nacional.
O número total de casos no país já soma 3.543, com 1.753 na província de Luanda, 1.297 no Bengo, 446 no Icolo e Bengo, e números mais baixos em outras regiões como Cuanza Sul, Malanje, Huambo, Huíla, Zaire, Cuanza Norte e Cunene. Esta distribuição geográfica tem gerado uma crescente pressão sobre os serviços de saúde, que continuam a ser desafiados pela quantidade de pacientes a serem internados, somando atualmente 266 pessoas hospitalizadas.
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Grupos etários mais afetados
Os dados epidemiológicos indicam que as crianças e adolescentes são os mais afetados pelo surto. O grupo etário dos 2 aos 5 anos, por exemplo, regista o maior número de infetados e mortes, com 544 casos e 17 óbitos. Já o grupo dos 10 aos 14 anos também apresenta números elevados, com 458 casos e 8 óbitos, destacando-se como outra faixa etária particularmente vulnerável à doença.
A cólera afeta uma ampla gama de idades, com pessoas entre os 2 e os 100 anos sendo diagnosticadas com a doença. No entanto, as autoridades de saúde estão particularmente atentas à situação das crianças, que são mais suscetíveis a complicações graves devido à desidratação provocada pela diarreia intensa, sintoma característico da doença.
Medidas de prevenção e combate ao surto
Face à crescente disseminação da cólera, as autoridades de saúde em Angola estão a intensificar as campanhas de prevenção, apelando para o uso de água potável, a desinfecção das mãos e o cuidado com as condições sanitárias, especialmente em áreas de maior risco. A população também é incentivada a procurar ajuda médica imediata caso sintam sintomas suspeitos da doença, como diarreia aquosa e vómitos, para prevenir a evolução para quadros graves.
A situação de cólera em Angola é uma prioridade para o Ministério da Saúde, que tem trabalhado em colaboração com organizações internacionais e locais para fornecer tratamentos, melhorar as condições de saneamento e combater a propagação da doença. A vacinação também tem sido considerada uma das medidas a ser tomada para tentar conter o surto nas zonas mais afetadas.
M.S.
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