Conflito na Caxemira: 49 civis mortos após intensos ataques
- Monica Stahelin
- 9 de mai.
- 3 min de leitura

O conflito na Caxemira continua a intensificar-se, com os recentes confrontos entre a Índia e o Paquistão a resultar na morte de 49 civis, sendo 36 do lado paquistanês e 13 do lado indiano.
Este aumento no número de vítimas ocorreu após uma série de ataques aéreos e bombardeios entre os dois países, que se acusam mutuamente de ataques provocadores.
A escalada de violência segue um período de intensificação das hostilidades, com os países vizinhos, ambos potências nucleares, travando os confrontos mais violentos em duas décadas.
Ataques aéreos e bombardeios de ambos os lados
Nesta sexta-feira (9), as autoridades paquistanesas confirmaram que cinco civis morreram e 29 ficaram feridos após um bombardeio indiano. Em resposta, o exército indiano denunciou que o Paquistão lançou ataques com bombas e drones sobre a região da Caxemira, fazendo a violência escalar ainda mais.
O ataque mais mortal ocorreu quando a aviação indiana bombardeou um centro de estudos islâmicos em Bahawalpur, na província de Punjab, no Paquistão, resultando na morte de 13 pessoas. Além disso, o Paquistão reivindicou a destruição de cinco caças indianos, embora as autoridades indianas não tenham confirmado oficialmente as perdas. Fontes militares indianas, no entanto, relataram a queda de três aeronaves.
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Causas da escalada de violência
A escalada no conflito teve início com o atentado em Pahalgam, na parte da Caxemira administrada pela Índia, em 22 de abril. O ataque causou a morte de 26 pessoas, em sua maioria hindus, e foi responsabilizado pelo grupo jihadista Lashkar-e-Taiba (LeT), que, de acordo com a Índia, recebe apoio do Paquistão. Em resposta, a Índia lançou ataques aéreos de precisão, destruindo supostos "acampamentos terroristas" em solo paquistanês, o que culminou nos intensos confrontos desta semana.
Pedidos internacionais por moderação e o impacto regional
Com o agravamento da situação, as grandes potências mundiais, incluindo Estados Unidos, União Europeia, Rússia, Reino Unido e França, fizeram apelos urgentes por moderação. O presidente norte-americano, Donald Trump, expressou o desejo de que as hostilidades parem imediatamente, enquanto o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, advertiu que o mundo não pode permitir um confronto militar aberto entre os dois países.
No âmbito político, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, anunciou uma medida drástica: a suspensão do fluxo de água dos rios indianos para o Paquistão, uma ação que Islamabad considerou como "um ato de guerra". Este novo agravamento da situação é mais um capítulo na longa história de tensões entre as duas nações, que já travaram várias guerras desde a independência do subcontinente indiano, em 1947.
A perspectiva de uma nova guerra entre potências nucleares
A presença de armas nucleares em ambos os países aumenta a tensão na região, pois um novo conflito poderia trazer consequências devastadoras não apenas para a Caxemira, mas para o planeta como um todo. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também se juntou aos apelos por um cessar-fogo imediato, sublinhando a necessidade urgente de se evitar a escalada de um conflito que já afeta profundamente a população civil nas duas nações.
A região da Caxemira, de maioria muçulmana, continua a ser um dos principais pontos de discórdia entre a Índia e o Paquistão, ambos reivindicando sua soberania sobre a área. Desde a independência do Reino Unido, em 1947, a disputa pela região tem sido marcada por insurgências, ataques militares e uma luta pelo controle territorial, com o movimento local clamando pela independência ou pela anexação ao Paquistão.
Este novo ciclo de violência mostra a fragilidade da situação na Caxemira e aumenta as preocupações internacionais quanto ao risco de um conflito mais amplo.
M.S.
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