Confrontos em Maputo deixam um morto e sete feridos a tiro
- Monica Stahelin
- 10 de jan.
- 2 min de leitura
Atualizado: 16 de jan.

O Hospital Central de Maputo (HCM) confirmou, esta sexta-feira, que um morto e sete feridos a tiro foram registados durante confrontos entre a polícia e apoiantes de Venâncio Mondlane, candidato presidencial, na quinta-feira, dia do seu regresso ao país.
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De acordo com o diretor do Serviço de Urgência de Adulto do HCM, Dino Lopes, no total, 10 pessoas ficaram feridas durante os tumultos que ocorreram na capital, Maputo. O responsável especificou que, das vítimas, oito foram atingidas por disparos de armas de fogo, sendo que uma delas acabou por falecer devido a uma ferida na região cervical, causada por uma bala, que resultou em forte sangramento e estado de choque grave. As outras duas vítimas foram feridas com armas brancas, mas encontram-se estáveis.
O HCM também informou que seis dos feridos permanecem internados na unidade hospitalar, recebendo tratamento devido à gravidade das lesões.
Os confrontos começaram logo após a chegada de Venâncio Mondlane à cidade, que estava a retornar ao país, e alastraram para várias zonas, incluindo o Mercado Estrela, onde Mondlane reafirmou a sua vitória nas eleições gerais de 09 de outubro, alegando que “vai até às últimas consequências pela reposição da verdade eleitoral”. Mondlane e os seus apoiantes contestam os resultados proclamados pelo Conselho Constitucional de Moçambique, que declarou Daniel Chapo, candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), como vencedor das eleições presidenciais.
No distrito de Moma, na província de Nampula, dois polícias também perderam a vida em confrontos com manifestantes. A polícia registou ainda outros feridos e detidos durante os tumultos que ocorreram um pouco por todo o país. De acordo com a Plataforma Decide, que acompanha o cenário de protestos, pelo menos três pessoas morreram e seis foram baleadas no regresso de Mondlane a Maputo.
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O Conselho Constitucional de Moçambique fixou a data de 15 de janeiro para a tomada de posse do novo Presidente, Daniel Chapo, o que continua a gerar tensão nas ruas do país. Desde o anúncio dos resultados eleitorais, em 23 de dezembro, confrontos e manifestações têm marcado a realidade do país, com mais de 290 mortes e mais de 500 feridos a bala, segundo organizações da sociedade civil.
A violência entre a polícia e manifestantes está a colocar em risco a estabilidade do país, mas, nas últimas semanas, sem novas convocatórias de protestos, a situação parece ter-se acalmado, embora as tensões ainda permaneçam.
M.S.
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