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Fecho de agências bancárias agrava desertificação dos centros urbanos

Fecho de agências bancárias
Fecho de agências bancárias agrava desertificação dos centros urbanos © Getty Images

O encerramento de agências bancárias no Reino Unido continua a intensificar-se em 2025, com a confirmação de mais 156 fechos anunciados pelo NatWest e pelo Santander. A tendência, impulsionada pela crescente migração dos clientes para os serviços bancários digitais, está a transformar o panorama dos centros urbanos e a gerar preocupações em comunidades dependentes do acesso físico a instituições financeiras.


Desde janeiro de 2015, foram encerradas mais de 6.200 agências bancárias em território britânico, o que representa uma média mensal de 53 fechos. Os dados mais recentes indicam que o NatWest irá encerrar mais 54 unidades, enquanto o Santander anunciou o fecho de 42. Estes encerramentos somam-se aos que já ocorreram este ano e aos previstos para os próximos meses, contribuindo para a crescente escassez de serviços presenciais em muitas localidades.


Impacto nas comunidades vulneráveis e áreas rurais

Embora os bancos justifiquem os encerramentos com a mudança no comportamento dos clientes com mais de 80% dos titulares de contas correntes a recorrerem a canais digitais e 97% das novas contas abertas online, segundo o NatWest —, o fecho das agências levanta sérias preocupações para os cidadãos mais vulneráveis. Idosos, pessoas com deficiência e pequenos empresários continuam a depender dos balcões físicos para gerir as suas finanças.


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O problema é particularmente grave em zonas rurais, onde a cobertura de banda larga ou rede móvel é limitada, dificultando o acesso fiável a serviços bancários digitais. A Autoridade de Conduta Financeira (FCA) tem reiterado que os bancos e sociedades de crédito devem assegurar alternativas locais que garantam o acesso ao dinheiro e a serviços essenciais.


Transformação acelerada dos hábitos bancários

Em resposta às críticas, o Santander referiu que 93% da população do Reino Unido continuará a residir a menos de 16 quilómetros de uma agência, mesmo após o encerramento de mais de um quinto das suas unidades. Além disso, os bancos têm a responsabilidade de providenciar caixas multibanco ou centros bancários alternativos, nomeadamente através das agências dos Correios, para suprir eventuais lacunas.


Para Sam Richardson, editor adjunto da associação de consumidores Which?, os mais de 6.000 encerramentos em menos de uma década evidenciam uma mudança “sísmica” nos hábitos bancários da sociedade britânica. “Este marco ressalta não só a transformação radical da forma como lidamos com o dinheiro, mas também o impacto no tecido comercial e social das localidades”, sublinhou.


À medida que os serviços bancários presenciais se tornam cada vez mais escassos, cresce o debate sobre como assegurar a inclusão financeira num cenário cada vez mais digitalizado.


B.N.


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1 Comment


Guest
Jul 27

os bancos estão cada vez maias escassos.

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