Fuga recorde de milionários do Reino Unido em 2025
- Monica Stahelin
- 24 de jun.
- 2 min de leitura
Um estudo recente prevê que 16 500 milionários vão abandonar o Reino Unido nos próximos 12 meses, num fenómeno sem precedentes que reflete uma crescente insatisfação entre os indivíduos de elevado património com o ambiente económico e fiscal do país.
De acordo com o Relatório Henley Private Wealth Migration, estima-se que, globalmente, 142 000 milionários mudem de residência este ano, com o Reino Unido a liderar a lista dos países que mais perdem residentes ricos. Esta cifra é o dobro do que se prevê para a China e dez vezes mais do que para a Rússia.
Mudanças fiscais e perceções sobre o Reino Unido
A saída massiva destes milionários é atribuída a uma combinação de desempenho económico fraco durante a última década e reformas fiscais profundas, implementadas tanto pelos governos conservador como trabalhista. Entre as medidas destacam-se o fim do estatuto de "non-dom", anunciado recentemente pelo Tesouro, que implica a tributação das rendas provenientes do estrangeiro para residentes ricos no Reino Unido.
Sob as novas regras propostas pela ministra das Finanças Rachel Reeves, estrangeiros abastados que vivam no país há mais de quatro anos passarão a pagar impostos sobre rendimentos e ganhos de capital no Reino Unido. Depois de residirem no país durante dez anos, os seus bens a nível mundial passarão a ser tributados com um imposto sobre heranças de 40%.
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Segundo Juerg Steffen, CEO da Henley & Partners, “2025 marca um momento decisivo, com o Reino Unido a ser o primeiro país europeu a registar uma saída recorde de milionários em dez anos”. Ele destaca que esta tendência não resulta apenas de alterações fiscais, mas também de uma perceção crescente entre os ricos de que melhores oportunidades, liberdade e estabilidade se encontram noutros locais.
Consequências e destinos alternativos
Especialistas alertam para o impacto negativo desta tendência na competitividade económica e no apelo do Reino Unido para investimento a longo prazo. Trevor Williams, ex-economista-chefe do Lloyds Bank Commercial Banking, destaca que o Reino Unido é o único entre os dez países mais ricos do mundo a apresentar uma diminuição no número de milionários, tendo sofrido uma queda de 9% desde 2014, enquanto os Estados Unidos verificaram um aumento de 78%.
Em paralelo, outros países europeus como França, Espanha e Alemanha também vão assistir a uma diminuição do seu número de milionários, mas Portugal, Suíça, Itália e Grécia atraem cada vez mais indivíduos com elevado património, graças a regimes fiscais favoráveis, qualidade de vida e programas de migração de investimento.
O Médio Oriente, em particular os Emirados Árabes Unidos, mantém-se um destino privilegiado devido a opções de “visto dourado” e condições fiscais vantajosas, com a Arábia Saudita também a registar crescimento neste segmento.
M.S.
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Isso vai acontecer massivamente nos proximos anos, com os mais ricos escolhendo os paises que oferecem melhores condicoes para eles, acredito que estejam certos, se tem essas opcoes.