Gatwick volta a liderar lista dos piores atrasos de voos no Reino Unido
- Beatriz S. Nascimento
- 21 de abr.
- 3 min de leitura
Gatwick registou uma média de mais de 23 minutos de atraso por voo em 2024, mantendo-se como o aeroporto britânico com pior pontualidade pelo segundo ano consecutivo.
O Aeroporto de Gatwick, situado em West Sussex, foi novamente considerado o pior do Reino Unido em termos de atrasos nos voos, de acordo com uma análise dos dados da Autoridade da Aviação Civil (CAA), realizada pela agência noticiosa PA.
Apesar de ter havido uma ligeira melhoria face a 2023 — em que os atrasos médios rondaram os 27 minutos —, o tempo de espera em 2024 manteve-se superior ao de qualquer outro aeroporto britânico, com uma média superior a 23 minutos por partida.
O desempenho insatisfatório foi atribuído, em grande parte, à escassez de pessoal nos serviços de controlo de tráfego aéreo (ATC) em várias partes da Europa continental, uma situação que também afetou a torre de controlo do próprio aeroporto.
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Passageiros frustrados com atrasos e falta de apoio
O aeroporto de Birmingham registou o segundo pior desempenho, com uma média de atraso superior a 21 minutos, seguido por Manchester, com 20 minutos.
A diretora executiva da Advantage Travel Partnership, Julia Lo Bue-Said, sublinhou o impacto emocional que estes atrasos podem ter nos passageiros:
“Muitas famílias poupam durante todo o ano para as suas férias, e ver esse investimento e tempo desrespeitados é profundamente frustrante.”
Acrescentou ainda que os passageiros “esperam e merecem não passar horas nos terminais sem informação ou apoio”, defendendo que a fiabilidade, a comunicação clara e a eficiência “devem ser a norma, e não a exceção”.
Por outro lado, o Aeroporto da Cidade de Belfast (George Best) destacou-se pelo segundo ano consecutivo como o mais pontual do país, com atrasos médios inferiores a 12 minutos por voo.
Medidas prometidas e perspetivas para 2025
A análise teve por base as partidas programadas e fretadas em 22 aeroportos comerciais do Reino Unido que operaram, pelo menos, mil voos em 2024. Os cancelamentos não foram considerados no estudo.
A média geral de atraso nos aeroportos britânicos no último ano foi de 18 minutos e 24 segundos, uma ligeira melhoria em relação aos 20 minutos e 42 segundos registados em 2023.
Dependendo da distância e duração do atraso, os passageiros podem ter direito a apoio, como refeições, alojamento e meios de comunicação. No entanto, as companhias aéreas nem sempre conseguem dar resposta adequada em situações de perturbações mais severas. Em certos casos, é possível requerer compensações até 520 libras, desde que a responsabilidade seja atribuída à transportadora — o que não se aplica quando os atrasos decorrem de circunstâncias extraordinárias, como falhas nos serviços de controlo aéreo.
Selina Chadha, diretora da CAA, reforçou que, embora o setor se esforce por garantir a pontualidade, “o mais importante é a forma como companhias e aeroportos minimizam os impactos e cumprem as suas obrigações legais para com os passageiros”.
Em resposta aos dados, um porta-voz do Aeroporto de Gatwick reconheceu o impacto das restrições ao controlo aéreo na Europa e destacou que, em parceria com as companhias aéreas, está em curso um plano para melhorar a pontualidade em 2025. Entre as medidas previstas estão novas técnicas de separação de aeronaves e testes à coordenação remota das passadeiras de embarque, com vista a aumentar a eficiência.
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O mesmo porta-voz sublinhou ainda que Gatwick é “o aeroporto de pista única mais eficiente do mundo, com um voo a aterrar ou a descolar a cada 55 segundos”.
Por sua vez, a ministra dos Transportes, Heidi Alexander, mostrou-se disponível para apoiar os planos de expansão do aeroporto, nomeadamente a utilização rotineira da pista de emergência, desde que o projeto seja ajustado. Gatwick tem até 24 de abril para apresentar a sua resposta.
Um representante do Aeroporto de Manchester garantiu que a infraestrutura está “comprometida em fazer tudo o que está ao seu alcance para apoiar as companhias na melhoria dos índices de pontualidade”.
A associação AirportsUK acrescentou que o setor da aviação ainda está a recuperar do impacto da pandemia, mas frisou que “é encorajador verificar que os atrasos continuam a diminuir, fruto de um esforço conjunto para prestar o melhor serviço possível aos passageiros”.
O Aeroporto de Birmingham não respondeu ao pedido de comentário.
B.N.
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