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Israel autoriza entrada de alimentos em Gaza após nova ofensiva militar

Palestinos fogem de suas casas com seus pertences após os ataques aéreos israelenses de sábado, no norte da Faixa de Gaza
Israel autoriza entrada de alimentos em Gaza após nova ofensiva militar © Reuters

Israel informou que autorizará a entrada de uma quantidade mínima de ajuda humanitária em Gaza, após quase três meses de bloqueio completo. A decisão surge poucas horas depois do início de uma nova e vasta ofensiva terrestre no norte e sul do território palestiniano, no âmbito da operação militar “Carros de Gideão”.


Apoio limitado face à ameaça de fome

Segundo o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a decisão foi tomada sob recomendação do Exército, com o objetivo de evitar uma crise de fome generalizada. “Para permitir a expansão dos combates e garantir que não se desenvolve uma crise humanitária, será autorizada a entrada de alimentos básicos”, referiu o comunicado.


No entanto, a ajuda será restrita e, de acordo com Netanyahu, não ficará sob o controle do Hamas. A decisão surge num contexto de pressão internacional crescente e de alertas de organizações humanitárias sobre o risco iminente de fome em Gaza, onde as condições humanitárias se deterioram rapidamente.


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Início de nova ofensiva e centenas de mortos

A nova fase da ofensiva militar israelita teve início no domingo, com ataques aéreos durante a noite que, segundo autoridades de saúde palestinianas, causaram a morte a mais de 130 pessoas, incluindo mulheres e crianças. Um dos bombardeamentos atingiu um campo de tendas de famílias deslocadas em Khan Younis, provocando dezenas de feridos e incendiando abrigos.


De acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, entre 11 e 17 de maio, pelo menos 464 palestinianos foram mortos por ataques israelitas. A ofensiva agora inclui operações terrestres expandidas em diversas áreas do enclave, com relatos de tanques próximos a Khan Younis e Jabalia.


Negociações estagnadas e tensão crescente

O anúncio da ofensiva surge após nova ronda de negociações indiretas entre Israel e o Hamas, no Qatar, que não produziu avanços. Netanyahu confirmou que as negociações abordaram uma possível trégua, a libertação de reféns e o término do conflito em troca do exílio dos militantes do Hamas e da desmilitarização de Gaza, condições que o grupo rejeita.


Apesar da intensificação da operação militar, o chefe do Estado-Maior israelita, Eyal Zamir, afirmou que as forças armadas estão preparadas para ajustar a operação caso isso favoreça um acordo para libertar reféns.


Situação crítica e alegados planos de divisão de Gaza

A situação humanitária no enclave permanece crítica. O sistema de saúde colapsou devido aos bombardeamentos e à escassez de medicamentos, combustível e equipamento. Três em cada quatro ambulâncias estão inoperacionais, alertou o Serviço de Emergência Civil Palestiniano, prevendo a paragem total em 72 horas caso não chegue combustível.


Enquanto isso, relatos indicam que Israel poderá estar a planear a divisão de Gaza em três zonas civis altamente controladas, separadas por faixas militares, numa estratégia designada como “Fase Três: tomada total de Gaza”. Estradas e infraestruturas estariam já a ser construídas sobre os escombros das habitações destruídas.


A imprensa internacional refere que os Estados Unidos estarão a negociar com a Líbia a eventual deslocação de um milhão de palestinianos para aquele país do Norte de África, em troca do levantamento de fundos congelados.


Críticas internas e protestos internacionais

Dentro de Israel, Netanyahu tem sido alvo de críticas por parte dos familiares dos reféns. Einav Zangauker, mãe de um dos sequestrados, acusou o governo de recusar acordos abrangentes por motivos políticos. “Basta de nos atormentar. Tragam os nossos filhos de volta!”, exigiu.


No exterior, os protestos contra a ofensiva israelita continuam. No domingo, dezenas de milhares de pessoas protestaram em Haia, nos Países Baixos, a pedir uma resposta mais dura do governo face aos ataques em Gaza. No sábado, Londres acolheu uma marcha de apoio à Palestina, por ocasião do 76.º aniversário da Nakba.


M.S.


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