Israelenses protestam contra Netanyahu após retomada da guerra
- Monica Stahelin
- 19 de mar.
- 2 min de leitura

Milhares de israelenses se manifestaram contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, após o governo retomar os ataques a Gaza, quebrando um cessar-fogo de dois meses com o Hamas. O protesto ocorreu na terça-feira, 18 de março, do lado de fora do parlamento israelense, o Knesset, em Jerusalém, e teve como principal reivindicação a gestão da segurança e do futuro do país.
Críticas à Prioridade da Coalizão Governamental sobre a Segurança
Os manifestantes, que se concentraram também na Rodovia 1, entre Tel Aviv e Jerusalém, criticaram Netanyahu por priorizar a estabilidade de sua coalizão governamental em detrimento da segurança de Israel e do bem-estar dos reféns israelenses e palestinos. Alguns cartazes, como o que dizia: “O futuro da coalizão ou o futuro de Israel”, refletiam o descontentamento popular com a forma como o governo tem conduzido a guerra.
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A retomada da ofensiva militar aconteceu após Israel bombardear Gaza, resultando em mais de 400 mortes, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Para muitos israelenses, isso gerou uma sensação de desespero e revolta com a postura de Netanyahu. O primeiro-ministro, que estava marcado para testemunhar em seu julgamento de corrupção no mesmo dia, viu sua audiência ser cancelada devido aos eventos militares.
Divisões Internas e Oposição Crescente
Críticas severas foram direcionadas à sua gestão, como apontou Elias Shraga, presidente do Movimento para o Governo de Qualidade em Israel, que acusou Netanyahu de usar a guerra como um meio de se manter no poder.
“Netanyahu queria escapar da justiça. Esta é a única razão pela qual estamos enfrentando a guerra sangrenta", disse Shraga, lembrando que o primeiro-ministro agiu para fortalecer sua coalizão instável.
Por outro lado, o líder da oposição, Yair Lapid, também se uniu aos manifestantes, afirmando que o protesto visava garantir que o governo compreendesse que não poderia agir sem prestar contas à população. Lapid e outros manifestantes enfatizaram que o governo não pode continuar a atuar sem considerar os impactos para a democracia de Israel.
No entanto, a retoma dos combates também levou ao apoio de Itamar Ben-Gvir, ministro de extrema-direita, que se uniu novamente à coalizão após o bombardeio a Gaza. De acordo com Ben-Gvir, o retorno à guerra foi crucial para solidificar a base de apoio do governo antes da votação do orçamento, marcada para o final do mês.
A situação em Israel continua a gerar divisões profundas na sociedade, com alguns grupos defendendo a ação militar como necessária para garantir a segurança nacional, enquanto outros alertam para os perigos da divisão política interna e os impactos na democracia.
M.S.
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