Mais de 1.200 pessoas fogem de Macomia devido a novas incursões terroristas
- Beatriz S. Nascimento
- 20 de jul.
- 2 min de leitura

As Nações Unidas estimam que mais de 1.200 pessoas tenham sido deslocadas na última semana na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, na sequência de novas incursões de grupos terroristas na região. Muitas destas pessoas já tinham sido forçadas a abandonar as suas casas em momentos anteriores, agravando a crise humanitária que se vive desde 2017.
Crise humanitária e necessidades urgentes
Segundo uma nota do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), muitas famílias estão atualmente a ser acolhidas em salas de aula, enfrentando acesso limitado a serviços básicos. A maioria dos deslocados relata ainda a perda dos documentos civis, situação que dificulta o acesso a ajuda e serviços essenciais. Entre as necessidades mais urgentes apontadas pela agência da ONU estão o abrigo, a alimentação e a proteção.
O ACNUR tem mantido presença em Macomia, monitorizando os riscos de proteção, apoiando pessoas com deficiência e fortalecendo a coordenação local para melhor resposta humanitária.
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Aumento da violência e impacto na região
Cabo Delgado, rica em recursos naturais como o gás, enfrenta uma insurgência armada desde 2017 que já provocou milhares de mortos e deslocou mais de um milhão de pessoas. Os grupos extremistas expandiram as suas operações para a província vizinha de Niassa, onde, desde abril deste ano, têm ocorrido ataques violentos, incluindo a morte de guardas florestais.
Dados recentes do Centro de Estudos Estratégicos de África indicam que só em 2024 já morreram pelo menos 349 pessoas em ataques extremistas na região, um aumento de 36% relativamente a 2023, evidenciando a escalada do conflito e a necessidade urgente de respostas humanitárias e políticas.
B.N.
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