top of page

Manifestação bloqueia principal estrada entre Maputo e África do Sul

Policiais estão na traseira de um pequeno camião
Manifestação bloqueia principal estrada entre Maputo e África do Sul © Luísa Nhantumbo/Lusa

A Estrada Nacional Número 4, principal via de ligação entre Maputo e a África do Sul, foi bloqueada esta segunda-feira de manhã por manifestantes que exigem a redução do custo de vida em Moçambique. O bloqueio, realizado por volta das 5h00 locais (3h00 em Lisboa), foi efetuado por dois camiões de carga que pararam a circulação, gerando transtornos no trânsito e forçando a intervenção das autoridades.


De acordo com o testemunho de Vitorino Mariano, um dos manifestantes, a população tem se manifestado devido ao aumento generalizado dos preços: "O custo da vida está elevado e nós estamos a manifestar-nos para ver se eles baixam os preços das coisas", afirmou.


A situação no país tem-se agravado, com protestos mais frequentes, desde que o clima de instabilidade pós-eleitoral se intensificou. Desde outubro, a população tem recorrido a manifestações em várias regiões de Moçambique, contestando o resultado das eleições presidenciais que deram a vitória ao candidato Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).


Publicidade


Protestos por todo o país e apelos a mudanças no governo

O aumento do custo de vida tem sido o principal motivo dos protestos, que continuam a afetar várias regiões. António André, vendedor ambulante que também se viu afetado pela situação, relatou à Lusa que a escassez de transporte e a elevação dos preços têm dificultado a sua atividade. “As coisas estão realmente mais caras", afirmou.


A polícia moçambicana, que se deslocou ao local durante a manhã para tentar desbloquear a estrada, não teve sucesso imediato, pois os camiões bloqueadores já não estavam no local. Os motoristas que tentavam passar pela área foram obrigados a recorrer aos passeios, enquanto dezenas de pessoas assistiam ao desenrolar da situação.


Os protestos, que inicialmente começaram com uma contestação aos resultados eleitorais, têm evoluído para um movimento mais amplo contra a crise social e económica que afeta o país. Inácio Francisco, outro manifestante, declarou: “Nós vamos continuar até as coisas mudarem e a resistência que eles tiveram até 1975 [ano da independência] nós também vamos ter.”


Instabilidade social e crise política em Moçambique

Desde o início dos protestos, em outubro, pelo menos 327 pessoas morreram, incluindo cerca de 20 menores, e mais de 750 pessoas foram baleadas, segundo a plataforma eleitoral Decide, que acompanha os processos eleitorais no país. A organização não-governamental alerta para o agravamento da crise social e a necessidade urgente de respostas por parte do governo.


Os protestos em Moçambique, apesar de em pequena escala em alguns locais, continuam a marcar a atualidade política do país, com a população exigindo não apenas uma revisão dos resultados eleitorais, mas também medidas efetivas para aliviar o impacto da crise económica, que tem afetado particularmente as camadas mais vulneráveis da sociedade.


M.S.


Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal da Globe News

コメント


PODE GOSTAR DE LER...

bottom of page