Manifestação em Epping: polícia nega envolvimento direto
- Monica Stahelin
- 24 de jul.
- 2 min de leitura

A força garante que apenas escoltou manifestantes por questões de segurança após confrontos violentos.
A Polícia de Essex negou veementemente ter transportado manifestantes anti-racismo até ao protesto ocorrido junto ao hotel Bell, em Epping, que atualmente acolhe requerentes de asilo. A força policial admitiu, no entanto, ter escoltado alguns indivíduos até ao local, e posteriormente retirado outros da zona por razões de segurança.
O protesto, inicialmente pacífico, degenerou em desordem e atos de vandalismo, resultando em oito agentes feridos e dez detenções. Entre os seis acusados, estão indivíduos suspeitos de agressões a dois seguranças do hotel. Segundo a polícia, os confrontos ocorreram na sequência da chegada dos manifestantes contra o racismo, momento que, segundo alguns participantes da manifestação anti-imigração, marcou o início dos episódios de violência mais graves registados nas ruas do Reino Unido desde os motins do verão passado.
Polícia refuta alegações e esclarece atuação
As alegações de que os manifestantes contra o racismo terão sido "transportados" pela polícia até ao local levaram o deputado e líder do Reform UK, Nigel Farage, a exigir a demissão do chefe da Polícia de Essex. Nas redes sociais, Farage partilhou um vídeo que, segundo ele, provaria o alegado transporte, considerando a situação “inadmissível”.
Em resposta, a Polícia de Essex esclareceu: “É categoricamente falso que tenhamos transportado qualquer grupo de manifestantes até ao local. Foi apenas criado um cordão policial para garantir a segurança dos participantes, que se deslocaram a pé. Mais tarde, algumas pessoas foram levadas do local, por viatura, devido a riscos imediatos à sua integridade física.”
Publicidade
O subchefe Stuart Hooper reiterou que a missão da polícia passa por garantir o direito à manifestação e prevenir a violência. “Tomámos decisões baseadas na proteção das pessoas, na prevenção de danos e na gestão de recursos”, afirmou.
Medidas de contenção e custos da operação
Na sequência dos distúrbios, foi emitida uma ordem de dispersão em Epping, em vigor entre as 14h de quinta-feira e as 8h de sexta-feira, abrangendo o centro da cidade, estações de transporte e áreas circundantes. Esta medida concede às autoridades o poder de remover da área qualquer pessoa envolvida ou com intenção de praticar comportamentos anti-sociais.
A ministra da Imigração, Seema Malhotra, recusou comentar diretamente a atuação policial, afirmando que cabe à Polícia de Essex prestar os devidos esclarecimentos. No entanto, referiu que este tipo de operação é comum sempre que existem dois grupos rivais a convergir para o mesmo local, sendo prática habitual o estabelecimento de cordões policiais para prevenir confrontos.
Entretanto, os protestos intensificaram-se após a divulgação da acusação de agressão sexual contra um requerente de asilo, Hadush Gerberslasie Kebatu, de 38 anos, acusado de tentar beijar uma menor de 14 anos. O arguido negou as acusações em tribunal.
O caso teve ainda ramificações em Londres, com alegações de que os migrantes instalados em Epping estariam a ser transferidos para um hotel em Canary Wharf, informação que o Ministério do Interior veio prontamente desmentir.
M.S.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal da Globe News
Comments