Modelos demasiado magras levam Zara a ter anúncios banidos
- Monica Stahelin
- 6 de ago.
- 2 min de leitura

A autoridade publicitária considera imagens irresponsáveis e exige maior rigor da marca.
Dois anúncios da marca de moda Zara foram proibidos no Reino Unido por apresentarem modelos com aparência "excessivamente magra", segundo a Autoridade de Normas Publicitárias (ASA).
A entidade reguladora considerou que as imagens violavam as diretrizes de responsabilidade ao retratar padrões corporais potencialmente prejudiciais.
A ASA destacou que, num dos anúncios, a combinação de sombras e um penteado com o cabelo puxado para trás fazia com que a modelo parecesse "cadavérica". Noutra imagem, a posição do corpo e o corte baixo da camisa evidenciavam as clavículas salientes, tornando esse detalhe o ponto central da fotografia.
Imagens removidas e medidas tomadas
Os anúncios em causa estavam disponíveis na aplicação e no site da Zara, integrando uma galeria de imagens promocionais. Num deles, que promovia um vestido curto, a ASA apontou que as sombras faziam com que as pernas da modelo parecessem "notavelmente finas", e que a posição dos braços contribuía para uma aparência "desproporcional". No outro, referente a uma camisa, o foco visual nas clavículas acentuava uma imagem corporal considerada preocupante.
Em resposta, a Zara optou por remover todas as imagens identificadas pela entidade reguladora, mesmo as que não foram formalmente banidas. A marca afirmou que não recebeu qualquer queixa direta e garantiu que ambas as modelos dispunham de certificados médicos que atestavam o seu bom estado de saúde na altura das sessões fotográficas. Acrescentou ainda que as imagens sofreram apenas edições mínimas de iluminação e cor.
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A empresa sublinhou o seu compromisso com as recomendações do relatório britânico Fashioning a Healthy Future, publicado em 2007, nomeadamente a que exige atestados médicos por profissionais especializados em perturbações alimentares.
Controvérsia alargada no setor da moda
A decisão surge num contexto mais amplo de escrutínio à indústria da moda e à forma como os corpos são representados na publicidade. Nos últimos meses, outros retalhistas britânicos enfrentaram proibições semelhantes. Em julho, a Marks & Spencer viu um anúncio ser banido por apresentar uma modelo com aparência considerada "pouco saudável", enquanto a Next teve uma campanha de jeans rejeitada devido à ênfase na magreza das pernas da modelo.
Estes casos reacenderam o debate público, com alguns consumidores a questionarem porque razão anúncios com modelos com excesso de peso não são igualmente alvo de restrições. A ASA, por sua vez, mantém que o foco está na responsabilidade com que a imagem corporal é transmitida, independentemente da direção do peso corporal representado.
M.S.
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Até que enfim alguém se pronuncia sobre isso, já passou da hora de essas lojas pararem de influenciar a magreza extrema, precisamos de influência sobre corpos de pessoas saudáveis.