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Moçambique Inicia Repatriamento de Refugiados do Maláui

Pessoas na rua
Moçambique Inicia Repatriamento de Refugiados do Maláui ©Aaron Ufumeli/Lusa

O repatriamento de milhares de moçambicanos que se refugiaram no Maláui devido às manifestações pós-eleitorais em Moçambique teve início hoje, segundo informações divulgadas pelas autoridades moçambicanas. A operação envolve a devolução de cidadãos que se encontravam em centros de acolhimento no país vizinho, após fugirem da violência gerada pelos protestos.


Repatriamento inicia após melhorias nas condições de navegação

De acordo com um novo levantamento realizado pelas autoridades malawianas, aproximadamente 7.900 moçambicanos estão atualmente no Maláui, um número inferior ao dos 13 mil inicialmente reportados. Apesar disso, as autoridades mantêm que o processo de contagem ainda está em curso. César Tembe, diretor de Prevenção e Mitigação no Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), revelou que estão a ser emitidos cartões para garantir a assistência humanitária a todos os repatriados.


O processo de repatriamento estava previsto para começar na quinta-feira passada, mas foi adiado devido às condições desfavoráveis de navegação no rio Chiro, que separa os dois países. Com a melhoria das condições, as autoridades moçambicanas avançaram com o transporte dos refugiados, utilizando quatro embarcações e um número equivalente de camiões. Além disso, está a ser fornecida assistência alimentar para garantir o sustento dos repatriados durante os primeiros três meses após o regresso.


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Situação de segurança em Moçambique e impacto das manifestações

O ministro do Interior moçambicano, Paulo Chachine, garantiu, na quinta-feira, que o país está seguro para receber os refugiados, destacando que as operações de segurança têm sido intensificadas para manter a estabilidade. "O país está seguro, há segurança no país. Embora existam alguns pequenos focos de desestabilização, não podemos falar de falta de segurança, senão todos os moçambicanos estariam refugiados em países vizinhos como o Maláui, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabué e África do Sul", afirmou o ministro.


As manifestações que levaram à fuga de milhares de moçambicanos começaram em outubro, após a contestação aos resultados das eleições presidenciais, que deram vitória a Daniel Chapo. O ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita esses resultados, convocou protestos que rapidamente se espalharam por várias partes do país, gerando um clima de grande agitação social.


Desde o início dos protestos, que continuam em pequena escala, cerca de 353 pessoas morreram, incluindo cerca de 20 menores, e mais de 3.500 ficaram feridas, de acordo com a organização não-governamental Decide. Além disso, o Governo moçambicano confirmou a destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias.


Apesar do cenário de instabilidade, as autoridades moçambicanas continuam a trabalhar para restaurar a ordem e garantir que o regresso dos refugiados ocorra de forma segura e organizada.


B.N.


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