Moçambique investe em drones para reforçar a gestão de desastres
- Monica Stahelin
- 4 de abr.
- 3 min de leitura
Moçambique deu um passo importante na melhoria da sua capacidade de resposta a desastres naturais, como ciclones e cheias, ao anunciar a implementação de um projeto nacional de uso de drones. O anúncio foi feito na quinta-feira, 3 de abril, e visa reforçar a prevenção e resposta emergencial a eventos climáticos extremos, além de salvar vidas humanas e proteger bens materiais. O projeto, que conta com o financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), será coordenado pelo Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).
Objetivo do projeto e benefícios dos drones
O diretor-geral do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), Adérito Aramuge, destacou a importância da adaptação do país às mudanças climáticas, mencionando que não é possível mudar a localização geográfica de Moçambique, mas sim aprender a viver com os eventos extremos de forma resiliente. Aramuge espera que, com a utilização de drones, o país consiga monitorizar desastres como as cheias, tanto antes quanto depois dos acontecimentos, tal como é feito em outras nações.
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Os drones, com capacidade para voar a 150 metros de altura e cobrir uma extensão de dois a três quilómetros, têm a capacidade de fornecer informações detalhadas e imagens em tempo real. Isso permitirá uma melhor tomada de decisões por parte dos gestores de desastres.
"Se houver uma estrada cortada por uma zona alagada, podemos saber o número de pessoas afetadas e identificar as vias de acesso", explicou Aramuge.
Treinamento e implementação do projeto
O projeto de utilização de drones será lançado oficialmente em maio, com a chegada dos equipamentos produzidos na Coreia do Sul. Antes disso, os gestores de desastres já receberam um treinamento básico sobre o uso dos drones. O objetivo é garantir que os responsáveis pela gestão de desastres no país saibam operar os drones e recolher as informações necessárias para atuar de forma eficiente.
O ministro das Telecomunicações e Transformação Digital de Moçambique, Américo Muchanga, sublinhou que este projeto representa uma transformação significativa na forma como o país enfrenta os desafios impostos pelos desastres naturais.
"Este projeto marca um passo importante na transformação da forma como o nosso país enfrenta os desafios impostos pelos eventos extremos, que têm causado grandes danos à nossa população e infraestruturas", afirmou Muchanga.
Inovação e compromisso com a segurança das populações
O projeto incluirá a entrega de quatro drones ao país, um dos quais será utilizado para treinamento, mapeamento e monitorização de áreas afetadas. Os drones serão fundamentais para a coleta de dados precisos e em tempo real das zonas atingidas, permitindo uma resposta mais rápida e eficiente.
"O uso de drones como ferramentas para monitorar e mapear áreas afetadas é uma solução inovadora que promete transformar a forma como lidamos com esses desastres", acrescentou Muchanga.
Akposso Marcelle, representante do BAD, afirmou que este projeto não se limita ao avanço tecnológico, mas representa um compromisso claro com a segurança da população moçambicana.
"Mais do que a entrada de tecnologias, o objetivo principal é salvar vidas, reduzir os riscos de desastres e melhorar a capacidade de resposta de Moçambique", disse Marcelle.
M.S.
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