Nampula luta para equipar escolas com 440 mil carteiras
- Monica Stahelin
- 2 de jul.
- 2 min de leitura
O sector da Educação na província de Nampula, a mais populosa de Moçambique, enfrenta um desafio grave no que toca à acomodação dos seus alunos nas salas de aula.
Segundo dados divulgados durante a primeira reunião provincial de planificação, realizada a 1 e 2 de julho, a região necessita urgentemente de mais de 440 mil carteiras escolares para retirar cerca de 1,3 milhão de alunos que estudam sentados no chão.
A situação é especialmente preocupante no ensino primário, onde, das 12.977 salas funcionais distribuídas pelos 23 distritos da província, mais de um milhão de alunos não têm uma carteira para se sentar, enquanto quase 600 mil dispõem deste equipamento. Acresce que 3.161 turmas funcionam ao relento, afetando quase 291 mil estudantes.
No ensino secundário, a precariedade mantém-se, com 62 turmas ao ar livre e cerca de 300 mil alunos sentados no chão, em contraste com os 132 mil que possuem carteiras. O sector tem como meta mobilizar mais de 180 mil carteiras para assegurar condições mínimas a todos os estudantes.
Publicidade
Desafios crescentes: mais alunos por professor e menos livros
Além da carência de carteiras, o sistema educativo de Nampula enfrenta outros problemas críticos. O rácio alunos-professor agravou-se significativamente, passando de 72 alunos por docente em 2024 para uma média de 92 este ano, com turmas a ultrapassarem os 120 estudantes em distritos como Memba, Moma, Eráti e Angoche. Este desequilíbrio dificulta o processo de ensino-aprendizagem e preocupa os responsáveis provinciais, que prometem desenvolver estratégias para inverter esta tendência.
A distribuição dos livros escolares gratuitos também está aquém do desejado, com apenas 75,6% dos exemplares previstos entregues até ao momento. Dos cerca de 4 milhões de livros planeados para distribuição, foram entregues pouco mais de 2,2 milhões, ficando 551 mil armazenados.
O director do gabinete do governador de Nampula, Calquer Albuquerque, apelou a uma planificação estratégica e orientada para resultados, sublinhando a necessidade de combater o absentismo e reduzir o abandono escolar, além de promover a construção de infraestruturas resilientes e a melhoria contínua da qualidade do ensino.
M.S.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal da Globe News
Comments