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Novo líder islâmico da Síria promete ação após massacre de civis

Ahmed al-Sharaa
Novo líder islâmico da Síria promete ação após massacre de civis © AFP via Getty

O novo líder da Síria, Ahmed al-Sharaa, prometeu punir todos os envolvidos na mais recente onda de violência no país, após os seus soldados matarem centenas de civis da comunidade alauíta. O incidente aconteceu após uma emboscada das forças leais ao presidente destituído Bashar al-Assad, que resultou em confrontos violentos, levando à morte de cerca de 1.000 pessoas, a maioria civis dessa comunidade minoritária.


Violência intensa após emboscada em Latakia

A emboscada, ocorrida na quinta-feira perto da cidade portuária de Latakia, elevou as tensões já existentes entre as forças do regime de Sharaa e os antigos apoiantes de Assad. O ataque ocorreu após confrontos em várias cidades e aldeias, reacendendo as feridas da guerra civil que dura há 13 anos e provocando a pior onda de violência desde a insurreição de dezembro.


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Em um discurso transmitido na televisão, Sharaa acusou os leais a Assad e as "potências estrangeiras" de tentarem semear a discórdia na Síria, meses após os militantes armados liderados pelo Hayat Tahrir al-Sham terem tomado o poder. Este grupo, que se tornou uma facção islamista radical associada à Al Qaeda e ao ISIS, forçou Assad a fugir para a Rússia, pondo fim a cinco décadas de domínio da sua família.


Promessa de investigação e punições rigorosas

Após os massacres, o escritório de Sharaa anunciou que será formada uma comissão independente para investigar os confrontos e os assassinatos cometidos por ambas as partes.

O governo prometeu "responsabilizar, com total firmeza, todos os envolvidos no derramamento de sangue de civis, abusos contra civis ou que excedam a autoridade do Estado para ganhos pessoais. Ninguém estará acima da lei", afirmou.

O porta-voz do Ministério da Defesa, Coronel Hassan Abdel-Ghani, afirmou no domingo que as forças de segurança já controlam a região costeira, e uma fonte de segurança indicou que as forças do governo realizaram buscas nas áreas montanhosas circundantes, onde se suspeita que 5.000 insurgentes pró-Assad estejam escondidos.


Reações internacionais e pressão sobre Sharaa

A violência resultou em mais de 1.000 mortes em dois dias, incluindo 745 civis, 125 membros das forças governamentais e 148 combatentes leais a Assad, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede no Reino Unido. Fontes de segurança sírias afirmaram que mais de 300 soldados haviam sido mortos em confrontos com ex-militares leais a Assad.


A ONU e os EUA pediram um fim imediato à violência, exigindo que Sharaa responsabilize "os perpetradores desses massacres contra as comunidades minoritárias da Síria". O chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk, declarou que devem ser feitas investigações transparentes e imparciais sobre todas as mortes e violações, com os responsáveis sendo processados de acordo com as normas internacionais.


Além disso, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Síria e dos países vizinhos apelaram ao Ocidente para que levante as sanções impostas durante o governo de Assad, numa tentativa de estabilizar a situação no país.


M.S.


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