Papa Leão XIV alerta: IA é ameaça à dignidade humana
- Beatriz S. Nascimento
- 11 de mai.
- 2 min de leitura

Na sua primeira audiência formal com os cardeais, o Papa Leão XIV apontou a inteligência artificial (IA) como uma das maiores ameaças à humanidade. O novo pontífice, o primeiro nascido nos Estados Unidos, sublinhou a necessidade de a Igreja liderar a defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho perante os desafios colocados pelas novas tecnologias.
Um nome inspirado na justiça social
Ao explicar a escolha do seu nome papal, Leão XIV afirmou ter-se inspirado em Leão XIII, conhecido pelo seu compromisso com a justiça social durante a Revolução Industrial. Em 1891, Leão XIII publicou a encíclica Rerum Novarum, um marco no pensamento social católico, onde condenava tanto o capitalismo desenfreado como o socialismo estatal.
“O Papa Leão XIII respondeu à grande questão social do seu tempo. Hoje, a Igreja oferece o seu ensino social como resposta a uma nova revolução industrial e ao avanço da inteligência artificial”
Afirmou o novo papa. “Esta tecnologia coloca desafios inéditos à defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho.”
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Continuidade com o legado de Francisco
A intervenção de Leão XIV alinha-se com os apelos do Papa Francisco, que nos últimos anos alertou para os perigos da IA. Francisco chegou a pedir um tratado internacional para regulamentar a tecnologia, advertindo que esta pode reduzir as relações humanas a algoritmos e que as decisões sobre uso de armas devem permanecer sob controlo humano.
O encontro de duas horas com os cardeais decorreu num formato mais participativo do que o habitual. Após o seu discurso, Leão XIV convidou os cardeais a intervirem livremente, criando espaço para partilha de preocupações sobre os desafios que a Igreja enfrenta. No final, cumprimentou cada um individualmente.
Leão XIV, anteriormente conhecido como cardeal Robert Prevost, foi eleito na passada quinta-feira como o 267.º papa da Igreja Católica. A sua eleição foi rápida, tendo ocorrido ao quarto escrutínio. A sua nomeação quebra o tradicional tabu que afastava candidatos norte-americanos do papado, dado o estatuto geopolítico dos EUA. No entanto, Prevost era já uma figura respeitada pelos seus pares, com décadas de missão e liderança episcopal no Peru, e mais recentemente, como responsável pelo dicastério dos bispos no Vaticano.
B.N.
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