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Pelo menos três vítimas fatais durante regresso de Mondlane

Atualizado: 16 de jan.

Homens caminham em uma rua enquanto um veículo blindado com soldados armados avança ao fundo
Pelo menos três vítimas fatais durante regresso de Mondlane © Carlos Uqueio/AP Photo/picture alliance

Pelo menos três pessoas perderam a vida e outras seis ficaram feridas a tiro durante os tumultos que marcaram o regresso de Venâncio Mondlane à cidade de Maputo, na manhã desta quinta-feira (9). De acordo com a Plataforma Decide, os incidentes ocorreram entre os apoiantes que acompanhavam o candidato presidencial, logo após o seu retorno ao país, após mais de dois meses no estrangeiro. Este incidente eleva para 294 o total de óbitos registados desde as manifestações contra os resultados das eleições de 9 de outubro.


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As vítimas fatais foram baleadas na cidade de Maputo, enquanto se encontravam na área onde Mondlane discursou, à espera do seu retorno. As forças de segurança, que estavam no local, dispersaram a multidão com disparos e gás lacrimogéneo. De acordo com Wilker Dias, diretor da Plataforma Decide, pelo menos seis pessoas ficaram baleadas, e há ainda um número indeterminado de feridos em consequência da confusão gerada pela fuga da população.


O episódio teve início no Mercado Estrela, onde Mondlane se encontrava a discursar, no centro de Maputo, depois de ter voltado ao país. Ao falar para os seus apoiantes de cima de um carro de som, o candidato aproveitou para reafirmar o seu "juramento de posse" simbólico. A polícia reagiu com violência, lançando gás lacrimogéneo e disparando contra os manifestantes, o que resultou numa fuga em massa da multidão.


Após a carga policial, Maputo continuou a viver uma tarde de tensão, com algumas vias ainda bloqueadas por contentores de lixo e pedras. O comércio na cidade reabriu de forma tímida, mas a movimentação de pessoas e carros ainda se mantinha limitada.

"Quando percebi que a confusão parou, decidi voltar à rua para trabalhar, mas o movimento está fraco. Não há carros na cidade", relatou um morador local.

Com os novos óbitos, o total de vítimas fatais em decorrência das manifestações desde outubro sobe para 294, de acordo com o último relatório da Plataforma Decide. O número de baleados chega a 604, com 22 pessoas ainda desaparecidas e 4.218 detenções. Mondlane, em declarações no aeroporto, acusou as autoridades moçambicanas de estarem a conduzir uma “repressão genocida silenciosa” contra os contestatários dos resultados eleitorais, mas reafirmou a sua disponibilidade para o diálogo.


O Ministério Público de Moçambique abriu processos contra Mondlane, acusando-o de ser o autor moral das manifestações que causaram prejuízos significativos à infraestrutura pública. O valor dos danos na província de Maputo ultrapassa os dois milhões de euros. No entanto, o Tribunal Supremo já esclareceu que não há mandado de captura emitido contra o candidato presidencial.


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Apesar dos confrontos, Mondlane continua a ser uma figura central nas manifestações políticas no país, com as tensões a persistirem após a proclamada vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, nas eleições de outubro. O candidato da Frelimo obteve 65,17% dos votos, garantindo a manutenção da maioria parlamentar.


M.S.

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