Portugal 40 anos na UE: ainda depende de fundos e fica atrás
- Monica Stahelin
- 23 de jun.
- 2 min de leitura

Passados 40 anos desde a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE), o país mantém-se dependente dos fundos da União Europeia (UE) e continua sem alcançar o nível médio de desenvolvimento económico dos restantes Estados-membros. É o que conclui um estudo recentemente publicado pelo Instituto Mais Liberdade, que analisa a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) per capita em paridade de poder de compra desde 1986 até 2024.
Apesar da rápida convergência registada nos primeiros anos após a adesão, em que o PIB per capita português aumentou de 66% para 85% da média da UE entre 1986 e 2000, o progresso estagnou no século XXI. Atualmente, o país apresenta um PIB per capita correspondente a 82% da média comunitária, valor que permanece abaixo do registado há mais de duas décadas.
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Segundo o estudo, Portugal continua a ser um beneficiário líquido dos fundos europeus — ao contrário da maioria dos países que aderiram no século XX e que já são contribuintes líquidos —, mantendo uma dependência significativa do apoio financeiro de Bruxelas. Este mecanismo destina-se a apoiar o desenvolvimento económico até que os níveis médios da União sejam atingidos, objetivo que, passadas quatro décadas, ainda não foi concretizado.
Perda de competitividade e posição económica no mundo
Outro levantamento divulgado pelo mesmo instituto revela ainda que Portugal tem vindo a perder posições na classificação global do PIB per capita. Se em 2000 o país estava atrás de 33 países, em 2024 esse número aumentou para 46, o que demonstra uma perda de competitividade relativa no panorama internacional.
Economias emergentes e consolidadas como Taiwan, Coreia do Sul, Malta, Chéquia, Eslovénia e Lituânia já ultrapassaram Portugal na geração de riqueza por habitante. Em contraste, Portugal apenas superou países como Omã e Bahamas.
Esta tendência evidencia que, apesar dos fundos comunitários e dos esforços de modernização, Portugal enfrenta desafios estruturais que impedem uma convergência plena com os níveis médios da União Europeia e com os principais países da economia mundial.
M.S.
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