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Preços da água disparam em Luanda devido à escassez e à cólera

Na imagem contém uma pessoa lavando as mãos em uma torneira com água escassa
Preços da água disparam em Luanda devido à escassez e à cólera © Freepik

A escassez de água em Luanda e nas províncias vizinhas de Bengo e Icolo e Bengo tem provocado um aumento significativo nos preços da água, com os camiões-cisterna a cobrarem até 60.000 kwanzas (aproximadamente 60 euros) por 20.000 litros, mais do que o dobro do preço anterior. Esta escassez, que já dura várias semanas, é acompanhada por um surto de cólera que afetou a região, com mais de 400 casos desde o início de janeiro.


Alternativa aos abastecimentos regulares são os camiões-cisterna

Com as torneiras secas em várias zonas, a alternativa são os tanques subterrâneos abastecidos por camiões-cisterna, cujos preços dispararam devido à elevada procura. As vias danificadas nos bairros periféricos dificultam ainda mais o acesso à água, aumentando os custos operacionais dos camiões, que se abastecem nas chamadas “girafas” - pontos de venda de água - localizadas principalmente no Kifangondo, região que liga as três províncias afetadas.


Cidadãos e revendedores de água têm enfrentado dificuldades para garantir o abastecimento, com muitos a esperar dias para conseguir encher os seus reservatórios domésticos. A água, que antes custava cerca de 20.000 kwanzas (21 euros) por cisterna de 20.000 litros, pode agora ultrapassar os 60.000 kwanzas (63 euros), dependendo da zona.


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Problemas de infraestrutura e aumento da procura

A situação tem afetado principalmente os bairros mais afastados, como o Kapari, Bengo e Panguila, onde a revendedora Luzia Mateus lamenta a escassez e os preços elevados. "É muito caro agora, e a água é essencial para a nossa sobrevivência", afirmou, referindo-se aos esforços para abastecer os moradores da sua área.


Além disso, a procura tem sido tão intensa que cerca de 100 camiões-cisterna visitam diariamente as “girafas” para abastecer as zonas afetadas. Os responsáveis de uma dessas “girafas” confirmaram um aumento de 50% na procura e apontaram que a falta de manutenção das infraestruturas de abastecimento e as roturas de condutas da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL) têm contribuído para a escassez.


Desafios para a saúde pública e necessidade de soluções urgentes

O aumento da procura tem feito com que as dificuldades de acesso às zonas mais periféricas da cidade elevem ainda mais os preços da água, já que o transporte de grandes quantidades implica custos adicionais devido às condições das estradas.


Enquanto isso, as autoridades de saúde continuam a enfrentar o surto de cólera, que tem sido exacerbado pela falta de acesso à água potável e pela qualidade questionável da água fornecida pelos camiões. A situação coloca um desafio crescente para a saúde pública, com especialistas a alertarem para a necessidade urgente de medidas para melhorar a qualidade do fornecimento de água e combater a propagação da doença.


M.S.


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