Preços extorsivos em Belém ameaçam participação na COP30
- Monica Stahelin
- 1 de ago.
- 2 min de leitura

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP30), informou que vários países estão a ponderar não participar no evento, que terá lugar em novembro na cidade de Belém, devido aos preços excessivos cobrados pelos hotéis da região.
Em declarações a jornalistas internacionais, Corrêa do Lago explicou que, enquanto nas conferências anteriores os valores das estadias aumentavam normalmente entre duas a três vezes, em Belém os preços chegaram a ser dez vezes superiores ao habitual.
O diplomata ressaltou que o governo do Brasil, através da Casa Civil, tem envidado esforços consideráveis para conseguir a diminuição dos preços, contudo a situação tem provocado insatisfação, principalmente entre os países em desenvolvimento, que apontam dificuldades para suportar os encargos financeiros. “Há uma sensação de revolta devido à insensibilidade dos hotéis, o que coloca em risco a presença de delegações importantes”, comentou.
COP30: um desafio entre continuidade histórica e novas soluções
André Corrêa do Lago recordou que a COP30 é parte de um processo iniciado em 1992 com a Rio-92 e ocorrerá num momento crucial, quando serão apresentadas as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) até 2035. Segundo ele, a cimeira indicará o quão próximo ou distante o mundo está do limite de aumento de 1,5 ºC na temperatura global.
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O embaixador salientou ainda a intenção de promover a implementação de tecnologias e soluções já existentes para acelerar a transição para uma economia de baixo carbono. Destacou a inclusão da Iniciativa Climática para Óleo e Gás (OGCI) na chamada Zona Sul, espaço de negociação do evento. Ressaltou a necessidade urgente de recursos para viabilizar a transição energética, incluindo investimentos no setor de combustíveis fósseis.
Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), afirmou o compromisso da indústria petrolífera em descarbonizar suas atividades e participar dos debates. Para Ardenghy, a transição energética não deve agravar as desigualdades globais nem a pobreza energética, já que os combustíveis fósseis continuam essenciais para várias economias e setores industriais, como o petroquímico e o de fertilizantes.
M.S.
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