Professores da Escola Portuguesa de Luanda convocam greve
- Monica Stahelin
- 20 de fev.
- 2 min de leitura

Professores da Escola Portuguesa de Luanda (EPL) convocaram uma greve de 24 a 28 de fevereiro, exigindo melhorias nas condições salariais e o cumprimento das promessas feitas pelo Governo. Os docentes, em especial os do Quadro de Escola (QE), que foram vinculados em concurso extraordinário em setembro de 2024, denunciam um agravamento nas condições de trabalho, que têm gerado crescentes insatisfações.
Greve por condições mais justas e promessas não cumpridas
O grupo de professores, que considera a situação “inviável” e já admite deixar a escola antes do final do ano letivo, destaca a perda significativa de regalias e remunerações desde a mudança na gestão da escola em 2021. A transição de gestão da EPL para o Ministério da Educação português, após o litígio com a Cooperativa Portuguesa de Ensino em Angola (CPEA), resultou numa desvalorização das condições laborais dos docentes, que passaram a receber salários substancialmente mais baixos em comparação com os professores em mobilidade estatutária.
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Os salários dos professores da EPL, em especial os vinculados ao concurso extraordinário, são considerados insuficientes para cobrir as despesas básicas, como alimentação, saúde, educação, alojamento e transporte. Além disso, os docentes sublinham a desigualdade salarial em relação aos colegas portugueses, que têm um salário líquido muito superior, o que torna a situação ainda mais insustentável.
Descontentamento crescente e risco para a estabilidade da instituição
O descontentamento entre os professores tem crescido ao longo dos últimos meses, levando à realização de outros protestos. A falta de medidas efetivas para melhorar as condições salariais e o aumento do custo de vida tornam a permanência dos docentes na EPL até o final do ano letivo cada vez mais inviável para muitos. A greve abrange todos os professores e trabalhadores com funções docentes, tanto do Quadro de Escola como em mobilidade estatutária.
Os professores apelam ao Governo para corrigir esta injustiça e valorizar todos os docentes, independentemente do regime contratual em que se encontrem. Caso a situação persista, alertam para as possíveis consequências graves, como a instabilidade da instituição e o impacto na qualidade do ensino oferecido aos alunos da EPL.
A EPL, fundada na década de 80, tem enfrentado diversas dificuldades desde a mudança de gestão em 2021. Naquele ano, a escola passou a ser administrada pelo Ministério da Educação português, após um litígio com a CPEA. Contudo, essa transição não envolveu a transmissão dos vínculos laborais dos docentes, o que resultou na perda de benefícios e direitos adquiridos por muitos professores. O Governo português chegou a anunciar soluções para a situação de precariedade de parte do corpo docente, mas as reivindicações por uma maior equidade salarial ainda permanecem sem resposta.
M.S.
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