Reino Unido Anuncia Reconhecimento do Estado da Palestina até Setembro
- Monica Stahelin
- 30 de jul.
- 2 min de leitura

O Primeiro-ministro britânico, Sir Keir Starmer, anunciou que o Reino Unido reconhecerá o Estado da Palestina até setembro, caso o governo israelita não tome medidas substanciais para resolver a situação em Gaza. A decisão será tomada antes da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), e reflete a crescente pressão política e humanitária relacionada à crise no território palestino.
A declaração de Starmer surge no contexto de uma crescente urgência para uma solução política no Médio Oriente. O governo britânico tem enfrentado pressões internas, com dezenas de membros do Partido Trabalhista, incluindo ministros do Governo, a exigirem ações decisivas para reconhecer oficialmente a Palestina. O Primeiro-ministro defendeu que, devido à situação intolerável em Gaza e à perspectiva cada vez mais reduzida de uma solução de dois Estados, o reconhecimento deve ser parte do processo para a paz.
Críticas de Netanyahu à Decisão do Reino Unido
Em resposta ao anúncio, o Primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu acusou Starmer de ceder aos "terroristas jihadistas" e de premiar o terrorismo do Hamas. Em uma publicação na rede social X, Netanyahu afirmou que reconhecer um "Estado jihadista" na fronteira de Israel "hoje" seria uma ameaça à Grã-Bretanha "amanhã". A crítica sublinha as divergências entre o Reino Unido e Israel quanto à abordagem da situação em Gaza e à questão do reconhecimento de um Estado palestiniano.
Starmer, por sua vez, reiterou a posição britânica de que a Palestina tem o direito inalienável à autodeterminação, mas destacou que a decisão dependerá de ações concretas por parte de Israel, incluindo a implementação de um cessar-fogo imediato, a suspensão da anexação da Cisjordânia e um compromisso com um processo de paz de longo prazo. O Reino Unido também exige que o Hamas liberte todos os reféns e aceite um cessar-fogo definitivo.
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Pressão Interna e Internacional para o Reconhecimento da Palestina
O anúncio do Primeiro-ministro ocorre num momento de crescente pressão tanto internamente, com mais de 250 deputados do Partido Trabalhista a assinarem uma carta exigindo o reconhecimento imediato da Palestina, quanto a nível internacional. O governo francês, liderado por Emmanuel Macron, também planeja reconhecer o Estado palestiniano em setembro, enquanto a comunidade internacional manifesta profunda preocupação com as condições de vida em Gaza e a escassez de alimentos, evidenciada pelas imagens de crianças a morrer de fome.
O Secretário de Estado para os Negócios Estrangeiros, David Lammy, falou recentemente na Assembleia Geral das Nações Unidas, sublinhando que o Reino Unido tem uma "responsabilidade especial" em apoiar a solução de dois Estados. Em seu discurso, Lammy criticou a recusa do governo Netanyahu em aceitar essa solução, alertando para os danos que tal postura causa aos interesses de Israel e à paz duradoura na região.
O crescente apoio ao reconhecimento da Palestina por parte de vários governos ocidentais reflete um cenário internacional cada vez mais focado na busca por uma solução diplomática para o conflito israelo-palestiniano.
M.S.
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