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Residentes de Bazaruto expulsam turistas em protesto

Na imagem aparece uma praia de Moçambique
Residentes de Bazaruto expulsam turistas em protesto © picture alliance/Arco Images GmbH

A população do arquipélago de Bazaruto, localizado na província de Inhambane, em Moçambique, tem manifestado descontentamento devido à suspensão dos fundos prometidos pelos operadores turísticos, geridos através do Parque Nacional de Bazaruto. A comunidade denuncia que os recursos que deveriam ser destinados à população local, provenientes dos operadores turísticos, não têm chegado ao arquipélago, gerando frustração e, recentemente, uma série de protestos, incluindo a expulsão de turistas.


O líder da associação Kanhihwedho, da ilha de Benguera, Correia João Mazive, informou que os 20% dos recursos pagos pelos operadores turísticos ao Parque Nacional, destinados a apoiar a população local, não têm sido repassados, deixaram de ser repassados. Estes pagamentos anuais, que deveriam somar cerca de dois milhões de meticais (aproximadamente 30 mil euros), aconteceram apenas duas vezes nos últimos cinco anos, o que motivou o descontentamento crescente da população.


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Comida escassa e limitações na pesca

Glória Cossa, residente no arquipélago, revelou que a comunidade, devido à falta de recursos e condições de vida precárias, tem levado a cabo ações de expulsão de turistas, num ato de protesto pela situação em que se encontra. A falta de alimentos, água potável e as restrições impostas pelos fiscais do parque, que impedem a pesca local, são fatores que agravam ainda mais o desespero dos habitantes.

"O parque não faz nada por nós e estamos a passar mal com fome, sem água potável. Também não podemos pescar, porque os fiscais do parque controlam e prendem os nossos barcos, por isso estamos cansados e não queremos ninguém aqui na nossa comunidade", afirmou Glória Cossa.

Negociações em curso, mas sem acordo definitivo

Armando Nguenha, responsável pelo Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto, admitiu que a falha na canalização dos fundos para a comunidade tem sido um problema. Contudo, explicou que ainda existem divergências nas negociações com os moradores, que exigem a retirada dos operadores turísticos da região.

"Ainda não temos uma solução definitiva, porque a comunidade não aceita as nossas propostas, não concordam com as nossas respostas", explicou Nguenha.

Por sua vez, Lucas Vilankulos, diretor distrital do Turismo, revelou que o governo está em contacto constante com a comunidade local para evitar a vandalização dos estabelecimentos turísticos. Ele informou que foi alcançado um entendimento para não prejudicar os empreendimentos turísticos, com a promessa de melhorar a responsabilidade social dos operadores, incluindo o apoio à educação local.


Desafios e a importância do turismo na região

Apesar das tensões, as autoridades do Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto desdramatizam as notícias sobre a expulsão de turistas, enfatizando que a área continua a ser um dos destinos turísticos mais procurados em Moçambique. Armando Nguenha, administrador do Parque, sublinhou que o impacto das manifestações resultou na perda de mais de vinte milhões de meticais em receitas turísticas, mas reiterou a importância do arquipélago para a indústria do turismo local.


As autoridades continuam a trabalhar para resolver o impasse com a população de Bazaruto, enquanto tentam equilibrar os interesses dos turistas e os direitos e necessidades da comunidade local.


M.S.


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2 Comments


Rafael Morais
Feb 13

Têm toda a razão!! se ficarem calados, as péssimas condições para a população local vão continuar.

Edited
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Guest
Jan 30

Uma das Ilhas mais bonitas do Indico.

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