Salário mínimo na UE não chega para viver; Portugal sofre muito
- Monica Stahelin
- 9 de jul.
- 2 min de leitura

Um estudo recente da Gisma University of Applied Sciences revela que, em quase todos os países da União Europeia (UE), o salário mínimo legal é insuficiente para cobrir as despesas básicas de um adulto, colocando Portugal entre os Estados-membros com maior défice nesta matéria.
A única excepção identificada foi a Bélgica, onde o salário mínimo líquido ultrapassa o custo médio mensal de vida de um adulto solteiro.
Diferenças significativas entre países e impacto nas famílias
A situação mais grave verifica-se no Chipre, onde o salário mínimo líquido é de 886 euros, mas o custo médio mensal de vida chega a 1.801,90 euros, gerando um défice superior a 900 euros. Na sequência, encontram-se a Chéquia e Malta, com diferenças negativas de 803,19 e 796,59 euros, respetivamente. Portugal aparece logo a seguir, com um défice de 717,22 euros, resultado da disparidade entre o custo de vida e o salário mínimo recebido.
O estudo destaca ainda que a renda mensal média de um apartamento T1 em Portugal é de 934,92 euros, contribuindo para que as despesas básicas de uma pessoa singular atinjam 1.620,22 euros. Para uma família de quatro pessoas, o rendimento médio mínimo é insuficiente em 16 países da UE, com Portugal entre os três mais afectados, registando um défice de 1.339,07 euros. Malta (1.468,62 euros) e Grécia (1.368,69 euros) apresentam os maiores valores negativos.
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Por outro lado, países como a Dinamarca, Suécia e os Países Baixos destacam-se com excedentes mensais substanciais, superiores a 1.700 euros, entre o salário mínimo e as despesas básicas.
O presidente da Gisma University, Ramon O’Challaghan, salientou que “este estudo destaca uma realidade frequentemente ignorada: em grande parte da Europa, ganhar o salário mínimo não é suficiente para cobrir o custo de vida. Não se trata apenas de uma questão económica, trata-se de uma questão de acesso e oportunidade, sobretudo para os jovens em início de carreira”.
A análise baseou-se nos rendimentos mínimos e médios dos Estados-membros, bem como nos custos de vida e rendas médias, considerando sempre o rendimento líquido resultante de um emprego a tempo inteiro (40 horas semanais). Para o efeito, foram utilizados dados do Eurostat, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e dos institutos nacionais de estatística.
M.S.
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Eu acho que essa disparidade entre salário mínimo e custo de vida é um grande problema. Em países como Portugal, onde o défice é tão alto, fica difícil sustentar uma vida digna com o salário que a maioria recebe.