Tensão no Médio Oriente faz disparar preços do petróleo
- Monica Stahelin
- 14 de jun.
- 2 min de leitura
Na sexta-feira, os valores do petróleo dispararam depois de Israel ter anunciado um ataque ao Irão, agravando consideravelmente as tensões na região do Médio Oriente. O preço do Brent, referência mundial do crude, chegou a subir mais de 10%, atingindo o valor mais elevado desde janeiro, antes de recuar ligeiramente. Ainda assim, encerrou o dia com um acréscimo superior a 7% face ao fecho de quinta-feira, cotando-se a 74,23 dólares por barril.
A notícia do ataque provocou inquietação entre os investidores, que temem uma escalada do conflito com impacto directo no abastecimento de petróleo oriundo da região, uma das mais ricas do mundo em recursos energéticos. Qualquer perturbação no fluxo de petróleo pode ter consequências económicas globais, afetando desde o preço dos combustíveis ao custo dos alimentos e outros bens essenciais.
Mercados em queda e refúgio em ativos seguros
A ofensiva de Israel teve repercussões visíveis nas bolsas globais. Os principais índices de ações na Ásia e Europa sofreram perdas notáveis: o Nikkei, no Japão, terminou o dia em baixa de 0,9%, enquanto o FTSE 100, do Reino Unido, registou uma queda de 0,39%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones recuou 1,79% e o S&P 500 diminuiu 0,69%.
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Face à instabilidade, os investidores voltaram-se para ativos geralmente vistos como mais seguros, como o ouro e o franco suíço. O ouro atingiu o valor mais elevado dos últimos dois meses, subindo 1,2% para 3.423,30 dólares por onça.
O aumento da violência suscitou temores quanto a uma possível suspensão das exportações de petróleo iraniano ou mesmo do tráfego marítimo no Estreito de Ormuz, responsável pelo transporte de cerca de um quinto do petróleo mundial. Especialistas avisam que qualquer ação do Irão que comprometa esta rota vital poderá provocar uma significativa perturbação no mercado energético.
Peritos na área da energia destacam que a evolução dos acontecimentos será determinante para a tendência dos preços no futuro. Caso as instalações petrolíferas do Irão sejam alvo de ataques, o valor do Brent poderá subir para um intervalo entre 80 e 100 dólares por barril, de acordo com a consultora Capital Economics. No entanto, esta subida poderá ser passageira, uma vez que outros produtores deverão aumentar a produção para equilibrar o mercado.
Embora os preços do petróleo tenham subido de forma acentuada, permanecem ainda cerca de 10% abaixo dos registados no mesmo período do ano passado, e bastante distantes dos máximos superiores a 100 dólares por barril verificados no início de 2022, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Rod Dennis, porta-voz da organização britânica RAC, defendeu que é prematuro estimar o impacto do aumento do petróleo nos preços dos combustíveis. Segundo afirmou, “tudo dependerá da duração da subida dos preços no mercado grossista e das margens decididas pelos retalhistas”.
M.S.
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