Tensão no Médio Oriente reacende temores de guerra global
- Beatriz S. Nascimento
- 22 de jun.
- 2 min de leitura

Conflito entre Israel, Irão e Estados Unidos levanta questões sobre arsenal atómico e risco de escalada militar
O recente ataque de Israel a três instalações nucleares iranianas, seguido da ameaça de retaliação por parte de Teerão, reacendeu o debate internacional sobre o risco de uma guerra de larga escala — incluindo a possibilidade, ainda que remota, de um conflito global. A intervenção direta dos Estados Unidos, sob ordens do presidente Donald Trump, aumentou o grau de imprevisibilidade no cenário já volátil do Médio Oriente.
Perante os últimos desenvolvimentos, surgem questões prementes: até que ponto o Irão está próximo de obter armamento nuclear? E qual é, afinal, o verdadeiro poderio nuclear de Israel?
Israel nunca confirmou, mas tem armas nucleares — e em número significativo
Israel é amplamente reconhecido como a única potência nuclear do Médio Oriente, embora nunca tenha confirmado oficialmente essa condição. Desde a década de 1960, Telavive adota uma política de ambiguidade nuclear, recusando-se a admitir ou negar a existência de ogivas atómicas. O Centro de Investigação Nuclear de Dimona, no deserto do Negev, foi durante anos ocultado da comunidade internacional — a ponto de ser apresentado a inspetores norte-americanos como uma simples fábrica têxtil.
Estima-se que Israel possua entre 90 e 400 ogivas nucleares, com capacidade de lançamento por via aérea, mísseis balísticos da série Jericho e mísseis de cruzeiro disparados a partir de submarinos. Esta superioridade estratégica, aliada ao apoio militar dos Estados Unidos, posiciona Israel como uma potência dissuasora de peso na região.
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Dias antes do ataque israelita, o ministro iraniano da Informação, Esmail Khatib, afirmou que Teerão teria em sua posse “um vasto conjunto de documentos estratégicos e sensíveis, incluindo planos e dados sobre instalações nucleares” israelitas.
Irão intensifica programa nuclear, mas nega ambição bélica
O Irão, por seu lado, mantém um programa nuclear declarado, mas garante não possuir armas nucleares. A comunidade internacional mantém dúvidas quanto a essa afirmação, especialmente após a retirada unilateral dos EUA, em 2018, do acordo de não proliferação nuclear assinado em 2015 — decisão tomada durante a administração Trump.
Desde então, Teerão tem aumentado de forma consistente a produção de material físsil, aproximando-se de níveis considerados críticos para a produção de uma ogiva nuclear. Apesar disso, até à data, não há provas concretas de que o regime tenha ultrapassado esse limite.
O cenário atual coloca a comunidade internacional em estado de alerta, enquanto cresce o receio de que o conflito regional possa ganhar dimensão global. A ameaça de guerra total, embora ainda incerta, já domina o discurso diplomático e militar das potências envolvidas.
B.N.
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