Trump volta à Escócia para inaugurar campo de golfe em meio a polémicas
- Monica Stahelin
- 25 de jul.
- 3 min de leitura

A visita oficial inclui encontros políticos e levanta preocupações com segurança e interesses pessoais.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chega esta quinta-feira à Escócia para uma visita de quatro dias, durante a qual irá inaugurar um novo campo de golfe de 18 buracos no resort de Menie, em Aberdeenshire. O líder norte-americano visitará ainda o complexo de Turnberry, em South Ayrshire, adquirido em 2014 e classificado como um dos melhores campos do mundo.
Apesar de a viagem incluir compromissos oficiais, como reuniões com o primeiro-ministro britânico, Sir Keir Starmer, e com o primeiro-ministro escocês, John Swinney, o foco na promoção dos empreendimentos pessoais de Trump tem gerado críticas. Presidentes norte-americanos raramente divulgam os seus interesses comerciais enquanto estão no cargo, e a coincidência entre funções de Estado e negócios pessoais volta a suscitar debate.
Segurança reforçada e protestos esperados
A visita mobiliza uma vasta operação de segurança, com reforços policiais a deslocarem-se do sul do Reino Unido para a Escócia, encerramento de estradas e restrições no espaço aéreo. Equipamento militar, incluindo helicópteros presidenciais, foi transportado para os aeroportos de Aberdeen e Prestwick.
Fontes da Polícia da Escócia estimam que os custos associados à segurança ultrapassem os 5 milhões de libras, valor que já está a gerar críticas sobre o impacto no orçamento das forças policiais. Estão previstas manifestações de oposição à presença de Trump em cidades como Aberdeen e Edimburgo, promovidas por organizações ambientalistas e movimentos civis.
Política energética e confrontos antigos
Em declarações recentes, Trump voltou a defender a indústria petrolífera, afirmando que Aberdeen "deveria livrar-se das turbinas eólicas e retomar a exploração do petróleo". O comentário provocou reacções imediatas de grupos ambientalistas, como a organização Uplift, que consideram tal posição "desfasada da realidade" e contrária aos esforços de transição energética no Reino Unido.
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Esta não é a primeira vez que o antigo empresário se manifesta contra a energia eólica. Em 2012, opôs-se publicamente à construção de um parque eólico junto ao seu resort em Menie, alegando que este "destruiria a Escócia". Chegou a afirmar perante o Parlamento Escocês: "Eu sou a prova" de que o turismo seria afectado, embora o projeto tenha avançado e hoje seja visível do campo de golfe.
Uma visita envolta em simbolismo e controvérsia
A viagem ocorre num contexto internacional tenso, com conflitos activos em Gaza e na Ucrânia, a instabilidade do dólar e o ressurgimento de alegações polémicas sobre ligações pessoais do presidente norte-americano. Ainda assim, Trump opta por uma agenda que mistura política externa com promoção de negócios privados.
Este será também um prelúdio à visita de Estado agendada para setembro, quando o Presidente Trump e a Primeira-Dama, Melania, serão recebidos pelo Rei Carlos III em Windsor. Apesar disso, nesta deslocação o presidente não terá qualquer encontro agendado com o monarca.
A relação de Trump com a Escócia é longa e pessoal. A sua mãe, Mary Anne MacLeod, nasceu em 1912 na ilha de Lewis, nas Hébridas Exteriores, e emigrou para os Estados Unidos durante a Grande Depressão. A ligação familiar, contudo, não tem impedido confrontos frequentes com autoridades locais, residentes e grupos ambientalistas em torno dos seus investimentos.
Com a eleição presidencial norte-americana à vista, e após ter sobrevivido a uma tentativa de assassinato durante a campanha, Trump continua a causar impacto tanto na política global como nos campos de golfe onde cultiva a sua imagem e influência.
M.S.
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