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Venâncio Mondlane acusado de terrorismo e agitação social

Venâncio Mondlane
Venâncio Mondlane acusado de terrorismo e agitação social © Lusa/Luísa Nhantumbo

O político moçambicano Venâncio Mondlane foi formalmente indiciado pelo Ministério Público por cinco crimes, entre os quais se inclui o incitamento ao terrorismo. As acusações surgem no contexto das manifestações que tiveram lugar após as eleições gerais de outubro. A informação foi divulgada pelo próprio Mondlane, na segunda-feira, à saída da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Maputo.


Segurança reforçada nas imediações da PGR

A comparência de Mondlane na PGR decorreu sob um rigoroso esquema de segurança. A avenida Vladimir Lenine, situada no centro da capital e principal via de acesso à instituição, foi encerrada ao tráfego desde as 09:00. A polícia posicionou diversas barreiras, incluindo um veículo canhão de água, brigadas com cães e numerosos agentes da Unidade de Intervenção Rápida, com o intuito de impedir a aproximação de simpatizantes do político ao local.


Equipados com coletes antibala, representantes do Ministério Público receberam Mondlane, que permaneceu cerca de meia hora no interior do edifício para tomar conhecimento da acusação. À saída, o ex-candidato às presidenciais assegurou que enfrentará o processo com serenidade, contando com o apoio de uma “equipa internacional” de advogados.


“Contribuí grandemente para o país”, defende Mondlane

Rejeitando as acusações, Mondlane considera-se alvo de perseguição política por parte de um sistema que, segundo ele, visa silenciar vozes críticas. "Contribuí grandemente para esta nação", afirmou, acrescentando que foi através da sua actuação que se conseguiu expor o que classifica como fraude eleitoral. Destacou ainda que, pela primeira vez desde a independência, o povo moçambicano demonstrou um forte sentimento de pertença e orgulho nacional.


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Mondlane recusa reconhecer os resultados das eleições de 9 de outubro e aponta o dedo ao partido Frelimo, acusando-o de manter o poder por meios violentos, incluindo repressão armada, assassinatos e raptos.


As manifestações organizadas pelo político após o escrutínio originaram várias semanas de tensão e instabilidade social. A situação só começou a acalmar depois de dois encontros entre Mondlane e o presidente eleito, Daniel Chapo, realizados a 23 de março e 20 de maio.


Dados de organizações não-governamentais indicam que os protestos causaram cerca de 400 mortos, além de extensos danos a bens públicos e privados, e episódios de violência e saques.


Apesar das acusações formais, o Ministério Público optou por manter a medida de coação de Termo de Identidade e Residência, permitindo que Mondlane responda ao processo em liberdade. Esta foi a terceira vez que o político foi convocado à PGR no âmbito dos acontecimentos pós-eleitorais.


M.S.


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