Temores de guerra aumentam após ataques de Israel ao Irão
- Monica Stahelin
- há 18 horas
- 3 min de leitura

As tensões no Médio Oriente chegaram a um novo auge após os ataques sem precedentes de Israel a várias instalações militares e nucleares no Irão. Este movimento, parte da denominada “Operação Leão Ascendente”, levanta o temor de uma escalada significativa de violência na região e de um possível conflito mais amplo com o que é conhecido como o "Eixo da Resistência", liderado pelo Irão.
Reações de Israel e do Irão à ofensiva militar
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, confirmou que os ataques irão continuar por vários dias, com fontes israelitas a indicarem que as operações poderão prolongar-se por pelo menos duas semanas. Mais de 200 aviões de combate participaram na ofensiva, que visou uma série de alvos militares e nucleares em várias zonas do Irão.
Entre as vítimas estão o general Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irão, e o comandante da Guarda Revolucionária, general Hossein Salami, ambos mortos nos ataques. Seis cientistas nucleares iranianos também perderam a vida. Israel justificou a operação como uma medida preventiva para impedir que o regime iraniano desenvolvesse armas nucleares.
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A situação gerou uma reação firme por parte de Teerão, com o Líder Supremo iraniano, Ayatollah Ali Khamenei, a prometer "severa punição" contra Israel. Em declarações públicas, Khamenei afirmou que os ataques não ficariam impunes e que a resposta viria com força total das forças armadas iranianas.

Israel em estado de emergência e alerta de represálias
Diante da crescente ameaça de represálias, Israel declarou um estado de emergência, com as escolas e empresas a fecharem, salvo em casos de atividade essencial. Além disso, o espaço aéreo israelita foi fechado e todos os voos civis para o país foram cancelados. Sirenes de alerta foram ouvidas por toda a nação, enquanto uma mensagem de emergência foi enviada para os telemóveis de todos os cidadãos israelitas, instando-os a seguir as instruções do Comando do Front Interior.
O governo de Israel anunciou que os ataques aéreos visaram impedir que o Irão continuasse a avançar na sua capacidade de produção de armas nucleares. Netanyahu sublinhou que, nos últimos anos, o Irão produziu urânio enriquecido suficiente para nove bombas atómicas e que, caso não fosse travado, o regime iraniano poderia desenvolver uma arma nuclear num curto espaço de tempo, representando uma ameaça existencial para Israel.
Reações internacionais e possíveis consequências
A comunidade internacional segue com grande apreensão a evolução dos acontecimentos. O secretário de Estado do Reino Unido, David Lammy, alertou para os perigos de uma escalada do conflito, frisando que a estabilidade do Médio Oriente é crucial para a segurança global. O governo dos Estados Unidos, por sua vez, negou qualquer envolvimento nos ataques, embora tenha afirmado estar em comunicação constante com Israel.
Por outro lado, o governo iraniano também se prepara para uma possível retaliação, prometendo uma resposta à altura. Os aliados do Irão na região, como o Hezbollah no Líbano, os Houthis no Iémen e várias milícias no Iraque e na Síria, estão em alerta, embora ainda não seja claro se irão envolver-se diretamente no conflito.
O futuro incerto do Médio Oriente
O ataque israelita ao Irão foi descrito como o mais significativo enfrentamento entre os dois países desde a guerra Irão-Iraque na década de 1980. A situação continua a evoluir rapidamente, com a possibilidade de uma escalada regional que poderá envolver outros atores internacionais e uma intensificação da violência no Médio Oriente. As repercussões para a segurança global são imensas, e muitos temem que este seja apenas o início de um ciclo de violência difícil de controlar.
M.S.
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