19 fábricas destruídas em Moçambique durante protestos violentos
- Monica Stahelin
- 26 de fev.
- 2 min de leitura

Em Moçambique, os protestos violentos desencadeados após as VII eleições gerais e IV eleições para as assembleias provinciais, realizadas a 9 de outubro de 2024, causaram a destruição de diversas infraestruturas no país. Pelo menos 19 fábricas e indústrias foram totalmente destruídas, com um impacto significativo no setor económico do país.
Danos em infraestruturas públicas e privadas
O porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, anunciou ontem (25) que as manifestações convocadas pelo candidato presidencial derrotado, Venâncio Mondlane, resultaram em danos consideráveis em várias infraestruturas. Para além das fábricas, as manifestações provocaram a destruição de 177 escolas, 23 armazéns comerciais e 1.677 estabelecimentos comerciais, incluindo 13 farmácias.
Entre os danos mais graves, destaca-se a destruição de 27 unidades sanitárias, 23 ambulâncias, 293 edifícios públicos e 176 postos de energia elétrica. Também foram destruídos 12 postos de transformação elétrica e 58 torres de telecomunicações, o que afetou severamente a comunicação no país.
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A destruição de 220 veículos do governo e 164 casas governamentais, bem como 108 casas de cidadãos privados, além de centenas de veículos particulares, ilustra a gravidade da violência que se espalhou pelas principais cidades e vilas de Moçambique.
Impacto económico e apelo do governo
De acordo com cálculos recentes da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), as manifestações causaram uma perda aproximada de 504 milhões de dólares à economia do país, além de mais de 17 mil empregos perdidos entre outubro de 2024 e janeiro de 2025. O governo tem apelado repetidamente aos manifestantes para que se afastem dos atos de vandalismo e violência que afetam diretamente a população moçambicana.
Inocêncio Impissa, em declarações à imprensa, expressou a sua repulsa pelos danos causados, destacando que não faz sentido destruir infraestruturas essenciais, como as torres de telecomunicações e os postos de eletrificação, especialmente quando muitos manifestantes afirmam querer a redução do custo de vida. "Como é que se pode pensar que alguém que destrói a rede de comunicação quer manter a sua vida com o baixo custo?" questionou o porta-voz.
O governo, através de Impissa, afirmou que este tipo de comportamento não será tolerado e que as manifestações violentas serão combatidas.
Reconstrução e desafios em Cabo Delgado
Além dos danos causados pelas manifestações, o governo também enfrenta desafios relacionados com a reconstrução de Cabo Delgado, que ainda se recupera dos ataques terroristas. Impissa afirmou que o retorno das populações à região tem permitido o início das aulas nas escolas dos distritos afetados, mas que a recuperação das infraestruturas e a retoma dos megaprojetos ainda enfrentam obstáculos devido ao receio de novos ataques e à morosidade das consultas internacionais necessárias.
M.S.
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O alvo do ataque não podem ser aquelas instituições e/ou companhias que servem ao povo ou empregam a muitos, não faz sentido! quem protesta é e será quem vai perder mais nessa confusão toda.