João Lourenço defende África como peça chave na saúde global
- Monica Stahelin
- há 12 horas
- 3 min de leitura

Na 78.ª Assembleia da Organização Mundial da Saúde (OMS), realizada em Genebra, o Presidente da União Africana, João Lourenço, reiterou a importância de África ser uma parceira activa na solução global de saúde. Segundo o estadista, o continente deve ter capacidade própria de produção, centros de inovação e redes de investigação, destacando o papel crucial da OMS para os países africanos, especialmente em momentos de crise.
Lourenço congratulou-se com a assinatura iminente de um Memorando de Entendimento renovado entre a Comissão da União Africana (UA) e a OMS, com o intuito de reforçar a parceria estratégica, além de anunciar uma contribuição de Angola no valor de 8 milhões de dólares para a Ronda de Investimentos da OMS, unindo-se aos 14 países africanos já comprometidos com o apoio.
O Presidente angolano sublinhou que a OMS é um pilar essencial na promoção da saúde global e na redução das desigualdades sanitárias, e defendeu que os países devem investir mais na organização, especialmente para garantir um financiamento sustentável e previsível. "A OMS deve ser fortalecida para assegurar a sua operacionalidade, protegendo a saúde dos povos", afirmou, salientando que a organização constitui a única estrutura multilateral dotada de um mandato universal para assegurar a saúde global e promover a equidade.
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Desafios da União Africana e a crise da saúde no continente
João Lourenço também abordou os desafios que a África enfrenta, como a pandemia de Covid-19, que evidenciou as fragilidades dos sistemas de saúde do continente. Ele apelou à necessidade de redefinir os paradigmas para um futuro mais equitativo e resiliente, ressaltando que a África raramente é a origem das crises globais, mas está frequentemente na linha de frente como vítima delas. "O retrocesso do apoio global tem um impacto direto nos nossos sistemas de saúde e coloca em risco o desenvolvimento socioeconómico do continente", destacou.
Quanto à crise de cólera que atinge diversos países africanos, o Presidente de Angola sublinhou a necessidade imediata de uma resposta global articulada. Para enfrentar o problema, Angola tem colaborado com entidades como o CDC África, a OMS e o UNICEF na contenção dos surtos e na distribuição de vacinas. Está igualmente agendada uma Cimeira de Alto Nível, que contará com a participação de chefes de Estado africanos e terá como finalidade discutir soluções sustentáveis para enfrentar esta crise.
Apostar na saúde para garantir a equidade global
João Lourenço também sublinhou a importância de reforçar a cobertura universal de saúde, como uma ferramenta poderosa para alcançar a equidade global. Ele defendeu que é essencial continuar a investir em cuidados primários de saúde, na formação de profissionais e em infraestruturas, além de garantir o acesso a água potável, saneamento básico e alimentação saudável para todas as comunidades.
No âmbito da crise climática, que está a agravar o perfil sanitário da África, o Presidente da UA apontou que doenças como a cólera, a malária e outras arboviroses têm aumentado devido às cheias e à seca. A União Africana, concluiu, está totalmente comprometida com uma visão pan-africana para promover a integração e o crescimento sustentável, garantindo um impacto positivo na qualidade de vida dos africanos.
M.S.
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