Angola prevê faturar 1,8 mil milhões de euros com diamantes em 2025
- Monica Stahelin
- 15 de jan.
- 2 min de leitura
Atualizado: 16 de jan.

A Endiama, a diamantífera estatal angolana, estima que, em 2025, o país possa alcançar uma produção de 14,8 milhões de quilates de diamantes, com uma faturação de 2,1 mil milhões de dólares (cerca de 1,8 mil milhões de euros). A previsão foi divulgada pelo presidente do conselho de administração da empresa, José Ganga Júnior, durante a celebração do 44.º aniversário da Endiama.
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Apesar dos desafios no mercado, com uma queda significativa nos preços dos diamantes, o responsável acredita que o preço médio de 146 dólares por quilate deverá ser alcançado este ano. Nos últimos anos, o mercado tem enfrentado uma redução de preços superior a 60%, o que tem afetado os resultados da indústria. A Endiama possui atualmente um stock de mais de três milhões de quilates, mas enfrenta dificuldades para escoar essa produção devido à baixa procura.
A empresa, em colaboração com grandes produtores internacionais como as multinacionais De Beers e Alrosa, decidiu reduzir a produção para estimular a demanda e equilibrar o mercado. Ganga Júnior questionou a viabilidade de continuar a produzir sem que haja uma procura consistente, ponderando a possibilidade de "deixar os diamantes na terra" até que o mercado se recupere.
Em 2023, Angola produziu cerca de oito milhões de quilates e obteve uma faturação de 2,9 mil milhões de dólares. No ano seguinte, o país atingiu o recorde de 14 milhões de quilates, mas a faturação caiu para 1,4 mil milhões de dólares, uma queda acentuada devido aos preços mais baixos.
O desafio para 2025, segundo o líder da Endiama, é melhorar a organização interna, antecipando os desafios do futuro. A empresa pretende implementar sistemas de rastreio de produção, assegurando a conformidade com os padrões de sustentabilidade ambiental e direitos humanos, uma preocupação crescente entre os compradores de diamantes. Ganga Júnior também sublinhou a ameaça representada pelos diamantes sintéticos, que, embora mais baratos e rápidos de produzir, têm gerado mudanças no comportamento dos consumidores, especialmente entre as gerações mais jovens.
Como resposta a esses desafios, foi constituída uma Associação de Produtores de Diamantes Naturais, com a criação de uma comissão instaladora. Além disso, a Endiama está a trabalhar a nível internacional para fortalecer a defesa dos diamantes naturais, com a sua integração no Comité de Defesa de Diamantes Naturais. O objetivo é garantir a sustentabilidade da indústria diamantífera em Angola, essencial para o desenvolvimento económico do país.
B.N.
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