Aves atacam esplanadas no Porto e Gaia e geram alarme
- Monica Stahelin
- 21 de jul.
- 2 min de leitura

Empresários e especialistas alertam para riscos de saúde pública e prejuízos económicos. Plano de controlo populacional continua por implementar.
Aves atacam clientes e causam perdas nos negócios
No centro do Porto e na zona ribeirinha de Gaia, os ataques de gaivotas e pombas tornaram-se cada vez mais frequentes e agressivos.
As aves, atraídas pelo cheiro da comida e pelo lixo mal acondicionado, chegam a roubar refeições diretamente dos pratos dos clientes, deixando empresários desesperados e visitantes desconfortáveis.
Segundo o Jornal de Notícias, episódios como estes têm vindo a aumentar, forçando comerciantes a adotar medidas improvisadas, como espantalhos que imitam águias ou drones com aparência de aves de rapina, estratégias que, com o tempo, perdem eficácia.
Luís Carlos Silva, proprietário da churrasqueira A Brasa, na Praça da Batalha, relata um dos muitos incidentes: “Ainda há dias, uma gaivota pegou numa costeleta com cerca de 300 gramas. Caiu pouco depois, mas tive de repor o prato e perdi o cliente para a sala interior.”
Sandra Almeida, gerente da Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau, no Porto, confirma o impacto: “Temos um funcionário encarregado de estar atento. O cliente sente-se inseguro e isso, só por si, já afeta negativamente o negócio.”
Problema de saúde pública e falta de ação
Para além do incómodo e dos prejuízos económicos, os especialistas alertam para os riscos sanitários. Adriano Bordalo e Sá, biólogo e professor catedrático no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, considera que se trata de um problema de saúde pública. “As gaivotas são atraídas pelo cheiro do lixo e os dejetos que libertam têm efeitos nefastos. São animais selvagens, não vacinados, que podem transmitir doenças”, afirmou.
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O académico defende que é essencial sensibilizar a população para não alimentar estas aves e apela a medidas estruturais, como a esterilização ou eliminação seletiva dos animais, bem como ao reforço da fiscalização na deposição de resíduos.
Segundo o Censo Nacional da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, realizado em 2022, a Área Metropolitana do Porto registava entre 1186 e 1626 gaivotas em ambiente urbano, o número mais elevado a nível nacional. Apesar da existência, desde o mesmo ano, de um Plano de Ação para o Controlo da População de Gaivotas nos Municípios Costeiros da AMP, as medidas continuam por aplicar no terreno.
António Fonseca, presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto, confirma que o problema é recorrente. “As pombas transmitem doenças e as gaivotas atacam as pessoas. Há estabelecimentos que lidam com esta situação há anos”, lamentou, apelando a maior atenção das autoridades locais.
M.S.
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Roubar comida e até atacar clientes é complicado, e o pior é que a situação afeta a saúde pública e o comércio local. Acho que já passou da hora de uma ação concreta das autoridades para resolver isso de vez.