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Banco de Inglaterra pode cortar juros com emprego em risco

Andrew Bailey
Banco de Inglaterra pode cortar juros com emprego em risco © Neil Hall/EPA

A decisão do Governo sobre contribuições para a Segurança Social está a influenciar o emprego, alerta o governador.


O governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, afirmou que poderá haver cortes nas taxas de juro caso se verifique um abrandamento no mercado de trabalho. Em declarações ao jornal The Times, Bailey indicou que as empresas estão a rever a sua política de emprego como consequência da decisão da ministra das Finanças, Rachel Reeves, de aumentar as contribuições patronais para a Segurança Social.


Segundo o responsável, este aumento está a levar muitas empresas a ajustar os níveis de emprego e a conceder aumentos salariais inferiores aos que seriam expectáveis na ausência da nova medida fiscal.


Crescimento abaixo do potencial pode criar espaço para reduzir a inflação

Bailey assinalou ainda que a economia britânica está a crescer abaixo do seu potencial, o que pode originar um certo “espaço de manobra” para conter a inflação. Nesse cenário, os preços dos bens poderão subir a um ritmo mais lento do que os rendimentos, contribuindo para um alívio no custo de vida.


O governador reiterou a expectativa de uma trajectória descendente da taxa base de juro, actualmente fixada em 4,25%. Esta taxa influencia todos os empréstimos no Reino Unido, incluindo os créditos à habitação, e será revista novamente a 7 de Agosto pelo Comité de Política Monetária do banco central.


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“Continuamos a usar as palavras ‘gradual e cuidadoso’”, afirmou Bailey, justificando a prudência perante o facto de a inflação ainda se situar acima da meta estabelecida.


Pressão sobre o Governo para melhorar condições de vida

As declarações do governador surgem num momento em que o Governo enfrenta críticas crescentes devido à estagnação do nível de vida e às restrições orçamentais. As decisões fiscais de Rachel Reeves estão a ser limitadas não apenas pelo aumento dos custos da dívida pública, mas também pelas expectativas mais baixas de crescimento económico.


Adicionalmente, decisões como o recuo nas reformas dos apoios sociais e alterações ao pagamento de apoio para o aquecimento no Inverno têm reduzido a margem de manobra fiscal da ministra.


Dentro do Partido Trabalhista, figuras como o antigo líder Neil Kinnock e a ministra-chefe do País de Gales, Eluned Morgan, têm defendido a introdução de um imposto sobre a riqueza como forma de reforçar as finanças públicas. Questionada sobre o tema, a ministra dos Transportes, Heidi Alexander, não descartou completamente a possibilidade de aumentos fiscais no próximo Orçamento de Outono, sublinhando apenas que todas as decisões serão tomadas com base em critérios de “justiça”.


M.S.


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