Cheiro de Azeitona Volta a Atrapalhar Lisboa: Entenda o Fenómeno
- Monica Stahelin
- 11 de fev.
- 2 min de leitura

Lisboa acordou esta segunda-feira com um cheiro desagradável, com características de odor acre, semelhante ao de azeitonas, algo que já tinha ocorrido no ano passado. A causa deste fenómeno, que afetou a região de Lisboa e Vale do Tejo, é atribuída a uma combinação de fatores meteorológicos, nomeadamente os ventos de quadrante sudoeste e um fenómeno conhecido como "efeito capacete".
Origem do Mau Cheiro
De acordo com Sofia Teixeira, investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, o cheiro é proveniente de fábricas de processamento de bagaço de azeitona, localizadas no sul do país, especialmente na zona do Alentejo. A especialista explicou que o vento do quadrante sudeste provoca a dispersão de compostos odoríferos, levando-os para o norte, incluindo Lisboa, onde a perceção do odor se torna mais intensa.
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A situação foi ainda agravada por uma inversão térmica ocorrida entre a meia-noite e as nove da manhã, que resultou no chamado "efeito capacete". Neste fenómeno, os compostos são aprisionados em camadas baixas da atmosfera, o que facilita a detecção do cheiro pela população.
Qualidade do Ar e a Necessidade de Regulação Legal
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) esclareceu que, apesar da presença de compostos odoríferos na região, a qualidade do ar não representa um risco para a saúde, uma vez que os poluentes medidos não atingem níveis prejudiciais. A situação deverá melhorar durante a tarde, embora exista a possibilidade de o fenómeno voltar a ocorrer na madrugada seguinte, mas com menor intensidade.
A investigadora Sofia Teixeira destacou que a principal preocupação reside na incomodidade provocada pelo mau cheiro e na necessidade de estudar as populações mais expostas a essas fontes emissoras de odor. Apesar de não haver legislação específica em Portugal sobre a gestão de odores, como ocorre em outros países europeus, a investigadora sublinhou a importância de se desenvolver normativas que orientem as indústrias e as autoridades para minimizar os impactos desses cheiros.
Neste momento, as estratégias de mitigação dependem essencialmente da boa vontade das indústrias e das autoridades, já que não existem obrigações legais claras sobre o tema. Teixeira defendeu, por fim, que a implementação de regulamentos mais específicos poderia ajudar a lidar com estas situações de forma mais eficaz.
M.S.
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