Confrontos violentos marcam investidura de Daniel Chapo
- Monica Stahelin
- 15 de jan.
- 2 min de leitura
Atualizado: 16 de jan.

Durante a cerimónia de posse de Daniel Chapo, o novo Presidente de Moçambique, a capital, Maputo, foi palco de confrontos entre manifestantes e forças de segurança. A polícia recorreu a tiros e gás lacrimogéneo para dispersar grupos de pessoas que protestavam contra a investidura, contestando os resultados das eleições e a legitimidade da vitória do presidente eleito.
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Às 12 horas locais, um grupo de manifestantes concentrado nas proximidades do Banco de Moçambique, a cerca de 300 metros do local da posse, empunhava cartazes de apoio a Venâncio Mondlane, o candidato que, embora tenha obtido apenas 24% dos votos, contesta o resultado das eleições. A polícia bloqueou a manifestação, e os protestos intensificaram-se, com os manifestantes a colocar pedras na via. A situação levou à intervenção policial, que utilizou metralhadoras e gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes. No entanto, o grupo rapidamente se reorganizou, voltando a concentrar-se no mesmo local.
Os confrontos não se limitaram a este episódio. Antes da cerimónia de investidura, manifestantes incendiaram pneus no Bairro Luís Cabral, causando bloqueios na estrada N4. A polícia foi novamente chamada a intervir, disparando contra os protestantes. A presença policial foi reforçada em várias zonas da cidade, enquanto helicópteros sobrevoavam a área. Durante todo o dia, manifestantes gritaram por "Venâncio", alegando que ele era o verdadeiro vencedor das eleições e exigindo a "reposição da verdade eleitoral".
A segurança foi apertada na Praça da Independência, onde decorreu a cerimónia de posse, com dezenas de polícias, militares e equipas cinotécnicas a impedir que os manifestantes se aproximassem. Alguns grupos de protestantes, que entoavam o hino nacional e clamavam por direitos, foram afastados violentamente, e alguns fizeram declarações de descontentamento.
"Viemos para assistir à tomada de posse do Presidente eleito pelo Conselho Constitucional, mas a polícia nos impede de chegar", disse Francisco Daniel, um dos manifestantes.
Daniel Chapo, de 48 anos, foi proclamado Presidente após vencer as eleições gerais de outubro de 2024, com 65,17% dos votos, de acordo com o Conselho Constitucional. No entanto, a eleição tem sido contestada por Mondlane e seus apoiantes, que exigem a anulação dos resultados. A tensão tem aumentado nas ruas, com confrontos que já resultaram em mais de 300 mortos e 600 feridos, de acordo com organizações da sociedade civil.
O novo Presidente de Moçambique, que assumiu o cargo como o primeiro líder nascido após a independência do país, enfrenta um cenário desafiador, com uma nação dividida e uma forte contestação à sua vitória.
M.S.
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