Crianças sobrevivem a queda de avião na selva colombiana
- Beatriz S. Nascimento
- há 1 dia
- 2 min de leitura

Tragédia no Amazonas vitimou todos os adultos a bordo, mas quatro irmãos conseguiram sobreviver semanas no meio da floresta
Uma história comovente de resiliência e sobrevivência emergiu da selva amazónica, na Colômbia, após a queda de um avião ligeiro Cessna 206 a 1 de maio de 2023. A bordo seguiam uma mãe com os seus quatro filhos, com idades entre os 11 meses e os 13 anos, em viagem de Araracuara para San José del Guaviare. A falha súbita do motor fez com que o aparelho caísse em plena floresta tropical, uma das regiões mais inóspitas do planeta.
O resgate, dificultado pela densidade da selva e pela ameaça constante de grupos armados, demorou duas semanas a localizar os destroços. No local, as equipas de socorro encontraram os corpos da mãe, Magdalena Mucutuy, de 33 anos, do piloto Hernando Murcia Morales e de um líder indígena local, Hermán Mendoza Hernández. Contudo, havia sinais de esperança: um biberão, restos de fruta com marcas de dentes humanos e malas abertas — indícios de que as crianças poderiam ter sobrevivido e abandonado o local.
O poder da liderança e os desafios da floresta
A mais velha, Lesly, de 13 anos, assumiu um papel crucial ao guiar os irmãos Soleiny (9), Tien Noriel (4) e Cristin Neriman (11 meses) através da densa floresta amazónica. Alimentaram-se de frutos silvestres e folhas, enfrentando chuvas intensas, picadas de insetos e os perigos naturais da selva.
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O resgate mobilizou centenas de soldados e voluntários indígenas, numa das maiores operações de busca da história recente da Colômbia. As dificuldades foram muitas: o terreno era inóspito, sem trilhos, e infestado de perigos, desde serpentes a insectos venenosos. Segundo o especialista em sobrevivência Dave Connell, que participou em expedições em florestas tropicais da Ásia e Oceânia, “andar 500 metros pode levar um dia inteiro, tal é a densidade da vegetação”.
Apesar de tudo, os irmãos foram encontrados com vida semanas depois, exaustos, desidratados e com sinais de exposição prolongada, mas vivos. A sua sobrevivência foi amplamente celebrada na Colômbia e no mundo, não só como um milagre, mas como testemunho da coragem, instinto e união de quatro crianças que enfrentaram sozinhas uma das florestas mais implacáveis do planeta.
B.N.
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