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Daniel Chapo e partidos assinam acordo para fim da crise pós-eleitoral

Daniel Chapo
Daniel Chapo e partidos assinam acordo para fim da crise pós-eleitoral © Jose Coelho/EPA

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, e os principais partidos políticos do país assinam hoje, em Maputo, um acordo crucial para o futuro das reformas estatais e para a resolução da crise pós-eleitoral. A cerimónia ocorrerá no Centro de Conferências Joaquim Chissano, a partir das 15:00 (horário local), e contará com a presença dos partidos com assento parlamentar, nomeadamente o Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), além da extraparlamentar Nova Democracia.


O diálogo político, que culminará na assinatura do acordo, abrange também algumas formações partidárias com representação nas assembleias provinciais e municipais. O acordo visa pôr fim à crise política que se instalou no país após as eleições de outubro, cujos resultados ainda geram controvérsias e protestos por parte de alguns setores da sociedade.


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Críticas à ausência de Venâncio Mondlane

Apesar dos avanços nas negociações, uma das principais críticas ao processo é a ausência de Venâncio Mondlane, o segundo mais votado nas últimas eleições e um dos maiores opositores aos resultados, com uma contestação contínua que tem ganho força desde as primeiras eleições de 1994. Mondlane, que lidera um movimento de contestação, tem sido uma figura central na rejeição da vitória de Daniel Chapo, e sua ausência no diálogo tem gerado preocupações, especialmente entre académicos e analistas que questionam a representatividade do processo.


Propostas de reforma e clima de tensão social

Durante os encontros, o Presidente Daniel Chapo anunciou que foi alcançado um consenso sobre o conteúdo do acordo. Em 27 de fevereiro, ele declarou que o documento estava pronto e que todas as partes envolvidas tinham chegado a um entendimento. Uma das principais questões em debate foi a possibilidade de uma revisão constitucional, embora o chefe de Estado tenha destacado que as alterações à lei eleitoral seriam uma prioridade para a reforma política.


Desde as eleições de outubro, o país tem vivido um clima de forte instabilidade, com manifestações e paralisações organizadas por Mondlane e seus apoiantes, que continuam a contestar os resultados. Além da insatisfação com os resultados eleitorais, as queixas da população também se concentram no aumento do custo de vida e nas condições sociais do país.


Consequências dos protestos

Os protestos que ocorreram ao longo dos últimos meses deixaram um rastro de violência e destruição. Segundo a plataforma Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais em Moçambique, pelo menos 353 pessoas morreram nos confrontos, incluindo cerca de 20 menores, e cerca de 3.500 ficaram feridas. O Governo moçambicano confirmou oficialmente pelo menos 80 mortes e a destruição de mais de 1.600 estabelecimentos comerciais, além de escolas e unidades de saúde.


O acordo assinado hoje será um passo importante para tentar restabelecer a estabilidade política e social no país, mas ainda há muito a fazer para resolver as profundas divisões que marcaram as últimas eleições e os subsequentes protestos.


M.S.


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1 Comment


nino
Mar 06

Esse encontro no final não vai mudar nada, tentaram assassinar o VM7 ainda hoje.

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