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Disparos em Rafah deixam 24 palestinianos mortos ao tentar receber ajuda

Multidão de civis caminhando por estrada em área devastada, muitos carregando pertences ou empurrando carroças, com edifícios destruídos ao fundo.
Disparos em Rafah deixam 24 palestinianos mortos ao tentar receber ajuda © AFP

Militares alegam que dispararam contra suspeitos fora das rotas designadas; comunidade internacional volta a exigir investigações independentes.


Pelo menos 24 palestinianos morreram e dezenas ficaram feridos esta terça-feira, após disparos de forças israelitas nas imediações de um centro de distribuição de alimentos na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. A informação foi avançada por autoridades de saúde locais, que relataram mais um episódio sangrento no contexto do colapso humanitário que afecta a região.


Segundo o exército israelita, os militares abriram fogo contra um grupo de indivíduos que se desviou das rotas previamente definidas para acesso ao local de distribuição. As forças afirmaram ter inicialmente efectuado "disparos de aviso", e que, perante a continuação da aproximação, "foram disparados tiros adicionais na direcção dos suspeitos". As circunstâncias do incidente estão a ser alvo de investigação, indicou ainda o porta-voz militar.


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Operação humanitária sob críticas

O ataque ocorre poucos dias depois de a Gaza Humanitarian Foundation, entidade privada apoiada por Israel, ter iniciado as primeiras distribuições de ajuda alimentar, à margem das agências tradicionais e organizações humanitárias. A fundação afirmou que, na manhã de terça-feira, entregou 21 camiões com mantimentos "sem incidentes", mas relatos no terreno indicam que, nos últimos dias, têm ocorrido mortes frequentes à medida que multidões se aglomeram em busca de alimentos.


A operação tem sido alvo de fortes críticas por parte das Nações Unidas e de organizações não-governamentais, que questionam a ausência de garantias humanitárias básicas e a exclusão de entidades com experiência no terreno.


Cresce a tensão e aumentam os apelos à investigação

Este novo episódio de violência ocorre num momento em que o conflito se intensifica em várias frentes. Na madrugada de terça-feira, Israel confirmou a morte de três soldados em combates no norte da Faixa de Gaza, onde mantém operações contra militantes do Hamas.


No domingo, autoridades palestinianas e internacionais relataram a morte de pelo menos 31 civis durante uma distribuição de ajuda semelhante, também em Rafah. Na segunda-feira, mais três palestinianos terão sido mortos por disparos israelitas. O exército nega ter alvejado civis, acusando o Hamas de divulgar informações “fabricadas”.


O secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou-se “consternado” com os relatos de mortos e feridos enquanto procuravam auxílio humanitário e apelou a uma investigação independente e transparente dos incidentes.


A guerra teve início após o ataque de 7 de Outubro de 2023, quando militantes do Hamas mataram 1.200 pessoas e raptaram 251 em território israelita. Desde então, mais de 54 mil palestinianos terão perdido a vida, segundo dados das autoridades de saúde de Gaza.


M.S.


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