Empresas portuguesas reforçam presença no mercado angolano
- Monica Stahelin
- 23 de jul.
- 2 min de leitura

As vendas de produtos portugueses para Angola aumentaram cerca de 10% nos primeiros cinco meses de 2025, face ao mesmo período do ano passado. O dado foi revelado por Luís Ceia, vice-presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), que considerou este crescimento um reflexo claro da vitalidade nas trocas comerciais entre os dois países.
A AEP está presente, pelo 13.º ano consecutivo, na Feira Internacional de Angola (Filda), que teve início esta terça-feira e decorre até domingo, na província de Icolo e Bengo. Este ano, integram a comitiva portuguesa 15 empresas, atuando em áreas como a metalomecânica, indústria alimentar e construção.
Relação consolidada e aposta contínua
Segundo Luís Ceia, Angola continua a ser um destino prioritário para as empresas portuguesas, não só pela língua comum, mas também pela relação de confiança construída ao longo dos anos. “Há muito tempo que investimos neste mercado. Acompanhamos e damos apoio a empresas de diversos setores, em diferentes regiões de Angola, e muitas conseguiram estabelecer-se com sucesso”, sublinhou.
Embora a participação portuguesa na Filda seja ligeiramente inferior à de anos anteriores, o dirigente acredita que essa mudança se deve ao crescimento natural das empresas. Muitas delas já adquiriram capacidade para estar presentes de forma autónoma. “Algumas começaram por participar connosco, no pavilhão coletivo, e agora marcam presença com estrutura própria e maior produção”, explicou.
Oportunidades num mercado desafiante
Durante o dia reservado a Portugal na Filda, o administrador executivo da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Paulo de Oliveira, assinalou os 40 anos de realização da feira e os 50 anos da independência de Angola. Agradeceu ainda a presença das empresas portuguesas e reforçou o compromisso da AICEP em apoiar a sua internacionalização. “Angola não é para iniciantes. É um mercado exigente, que requer determinação e resiliência”, afirmou, realçando, contudo, o seu elevado potencial.
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Entre as empresas participantes, está a Ventisec, que opera no país desde 2018, oferecendo soluções para a agroindústria. O responsável, José Botelho, referiu que o objetivo da presença na feira é captar novos clientes e divulgar os seus equipamentos, como limpadoras de grãos e descascadores de arroz.
Também presente está a Lacto Serra, que há quatro anos exporta para Angola. Segundo o diretor comercial, Miguel Espírito Santo, a empresa pretende reforçar a relação com os parceiros locais e conquistar novos mercados. “Este mercado tem tido um papel importante no nosso crescimento”, destacou.
Por fim, a Cacicambra, do setor de armamento, regressa à Filda após alguns anos de ausência. A administradora Susana da Silva referiu que, apesar de o volume de exportações ser ainda reduzido, a empresa mantém uma presença constante no país, com parcerias de mais de duas décadas. A responsável aponta a atual mudança nas empresas de segurança privada angolanas, que estão a substituir armas de guerra por equipamentos de defesa, como uma oportunidade relevante para o crescimento da marca no país.
M.S.
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