Esqueletos de 6.000 anos que podem mudar a história humana
- Beatriz S. Nascimento
- há 2 dias
- 2 min de leitura

Arqueólogos na Colômbia descobriram um conjunto de esqueletos com cerca de 6.000 anos, cuja estrutura genética não corresponde a nenhuma população indígena conhecida da região. Esta descoberta, feita no sítio arqueológico de Checua, perto de Bogotá, poderá lançar uma nova luz sobre a história da presença humana na América do Sul.
Análise genética revela substituição total de população há 2.000 anos
A equipa responsável pelo estudo analisou o ADN de 21 esqueletos, com idades entre 500 e 6.000 anos, que pertenceram a caçadores-recoletores e culturas posteriores. Sete dos exemplares datam do período Checua, nove do período Herrera (há cerca de 2.000 anos), três do período Muisca (entre 1.200 e 500 anos) e dois de populações Guane, datados de cerca de 530 anos.
Os resultados indicam que os indivíduos do período Checua não partilhavam material genético com outros grupos antigos da América do Sul ou do Norte. O estudo sugere que, há aproximadamente 2.000 anos, ocorreu uma substituição total da população na região do Altiplano de Bogotá por grupos cuja genética se assemelha à dos antigos habitantes do Panamá e de povos atuais que falam línguas chibchanas da Costa Rica e Panamá.
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Implicações para a história e linguística sul-americana
Segundo a investigadora Andrea Casas-Vargas, da Universidade Nacional da Colômbia, esta substituição genética total é invulgar na América do Sul, onde se observou, em geral, uma continuidade genética ao longo do tempo. Ela acrescenta que ainda hoje se falam línguas derivadas dos grupos imigrantes da América Central que substituíram os Checua.
Os investigadores acreditam que esta mudança populacional ocorreu de forma gradual, por migração e intercâmbio cultural, e não por invasão militar. Contudo, a investigação ainda está longe de estar concluída, pois áreas vizinhas como o oeste da Colômbia, Equador e Venezuela não foram ainda geneticamente analisadas.
Esta descoberta poderá ser apenas a ponta do icebergue, abrindo novas perspetivas sobre a complexidade das migrações humanas no continente sul-americano.
B.N.
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