Estudantes de Medicina em Moçambique exigem reposição de subsídios
- Monica Stahelin
- 15 de jul.
- 2 min de leitura

Estudantes de medicina das universidades públicas moçambicanas reclamam a reposição dos subsídios que eram atribuídos aos estagiários do sexto ano, após o Governo ter revogado o decreto que garantia estes apoios financeiros.
A decisão, aprovada pelo Conselho de Ministros a 8 de julho, motivou a exigência de diálogo urgente e a ameaça de recurso à via judicial por parte dos estudantes.
Pedido de diálogo e ameaça judicial
Isidro Felipe, representante dos estudantes de medicina de todas as universidades públicas, apelou à abertura imediata de um diálogo construtivo e transparente entre Governo e estudantes, de modo a encontrar soluções sustentáveis. Segundo ele, os estudantes submetem já pareceres ao gabinete do primeiro-ministro, ao Ministério da Educação, responsável pelas universidades, e ao Ministério da Saúde, que, até agora, tinha a responsabilidade pelos contratos e pagamentos dos subsídios no âmbito dos estágios hospitalares.
“Estamos desapontados com a falta de clareza institucional e com a transferência de responsabilidades entre os ministérios da Saúde e da Educação”, afirmou Isidro Felipe, sublinhando que, caso não haja resposta, os estudantes poderão recorrer aos tribunais para contestar a decisão.
Publicidade
Formação médica e contexto histórico em Moçambique
Moçambique forma anualmente entre 200 e 300 médicos nas suas seis universidades públicas, numa resposta significativa à escassez de profissionais de saúde sentida logo após a independência do país, em 1975. Na altura, o Hospital Central de Maputo foi apelidado de “Arca de Noé” devido à grande diversidade de médicos estrangeiros que ali trabalhavam para apoiar o sistema de saúde.
Atualmente, o país conta com instituições como a Universidade Eduardo Mondlane, a Universidade Católica de Moçambique, a Universidade Zambeze e a Universidade Lúrio, entre outras, que asseguram a formação dos futuros médicos. Segundo dados da Ordem dos Médicos de Moçambique, existem cerca de 6.100 médicos inscritos, mas apenas metade está ativa, com uma maior concentração nos centros urbanos das províncias de Maputo e Sofala.
M.S.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal da Globe News
Comments