Estudo revela aumento de sexismo nas canções em Espanha
- Monica Stahelin
- 17 de abr.
- 2 min de leitura

Um estudo realizado pela Universidade Pompeu Fabra (UPF) de Barcelona revelou que o sexismo nas letras das canções populares em Espanha tem aumentado nas últimas décadas, sendo mais evidente na música contemporânea.
A pesquisa, que analisou mais de duas mil canções produzidas entre 1960 e 2022, concluiu que 51% das músicas apresentavam conteúdos sexistas.
Músicas como Reflexo da Sociedade
A análise utilizou técnicas de Inteligência Artificial para investigar as letras das canções e os resultados mostraram um aumento substancial de estereótipos prejudiciais, apesar dos avanços nas questões de igualdade de género e na luta feminista. Segundo Laura Casanovas, coautora do estudo, "os resultados são chocantes, pois indicam que, mesmo com os progressos alcançados, muitas letras de canções ainda perpetuam estereótipos nocivos."
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Carlos Castillo, diretor do grupo Web Science e Social Computing da UPF, destacou que o aumento do machismo nas músicas dos últimos anos é especialmente notável na “hipersexualização e objetificação dos corpos das mulheres” e nas ideias que associam as mulheres à posse e controlo pelos homens.
Contexto Cultural e Social: Raízes do Sexismo nas Canções
A equipa de investigação apontou que a prevalência do sexismo nas letras está profundamente ligada ao contexto social e histórico de produção artística. A música, como uma manifestação cultural, reflete os valores da sociedade que a cria. O estudo sugere que a sociedade espanhola ainda não se libertou totalmente da herança dos estereótipos de género tradicionais nem da violência sexista que afeta muitas mulheres.
Este estudo abre um debate relevante sobre o impacto das músicas populares na formação de atitudes sociais e culturais, revelando a necessidade de uma reflexão mais profunda sobre a forma como a música pode contribuir para a perpetuação de estereótipos negativos em relação às mulheres.
M.S.
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