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EUA ameaçam Brasil e acusam Moraes de autoritarismo


Alexandre de Moraes
EUA ameaçam Brasil e acusam Moraes de autoritarismo © Jorge Silva/Reuters

O governo norte-americano, liderado por Donald Trump, voltou a emitir duras críticas ao Brasil, desta vez mencionando diretamente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.


As declarações, que surgem num momento de crescente tensão diplomática, reforçam o tom hostil da administração republicana em relação ao actual governo brasileiro.


Críticas públicas e ameaças de sanções

Em publicação realizada esta segunda-feira (8) na rede social X, o subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado dos EUA aproveitou a data comemorativa da independência do Brasil, assinalada no domingo (7), para reiterar o compromisso dos Estados Unidos com os “valores da liberdade e da justiça”. No entanto, a mensagem rapidamente assumiu um carácter crítico, com referência directa a Alexandre de Moraes e a alegados "abusos de autoridade".


“Ontem marcou o 203.º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores da liberdade e da justiça. Em nome do ministro Alexandre de Moraes e dos indivíduos cujos abusos de autoridade minaram essas liberdades fundamentais, continuaremos a tomar as medidas cabíveis”, escreveu o diplomata.

As declarações surgem poucos dias depois de Donald Trump ter manifestado forte descontentamento com o governo brasileiro. Na sexta-feira (5), o presidente afirmou estar “muito irritado” com o país e não descartou a possibilidade de impor restrições a vistos diplomáticos, incluindo os de autoridades que planeiam participar na próxima Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.


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Sanções e deterioração das relações bilaterais

As críticas norte-americanas estão inseridas num contexto mais amplo de tensões comerciais e políticas. Em agosto, os Estados Unidos impuseram tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, uma medida que Trump justificou como resposta ao que considera uma mudança ideológica radical do governo brasileiro, agora visto como adversário. Na ocasião, o presidente também defendeu Jair Bolsonaro, descrevendo-o como vítima de uma “caça às bruxas” devido aos processos judiciais que enfrenta no STF.


O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que investiga Bolsonaro por alegados crimes como tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do estado democrático de direito, tem sido particularmente visado por Washington. Segundo fontes diplomáticas, Moraes teve inclusive o visto norte-americano revogado e foi alvo de sanções no âmbito da lei Magnitsky, legislação americana que permite penalizar indivíduos acusados de violações graves de direitos humanos ou corrupção.


A possibilidade de restrições diplomáticas durante a Assembleia Geral da ONU, evento tradicionalmente marcado pela presença de líderes mundiais, levanta preocupações quanto ao impacto nas relações bilaterais entre os dois países. Além disso, o episódio reacende o debate sobre o papel dos Estados Unidos como anfitrião de organismos internacionais e a eventual politização dos critérios de entrada em solo americano.


M.S.


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